Nuno Gomes revelou, esta terça-feira, que quando estava ao serviço dos italianos da Fiorentina ouvia falar muito em resultados combinados e que se deparou mesmo com alguma cenas mais duvidosas:

“Em Itália falava-se muito em resultados combinados, mas entre as equipas. Lembro-me de ver os capitães nos túneis a fazerem um gesto com as mãos, como que a dizer: ‘o resultado é para ficar empatado’”, revelou o antigo internacional durante a conferência “A (im)possibilidade do Match-fixing no Futebol”, que decorreu na Universidade Europeia, em Lisboa.

Quem não faltou a esta conferência foi Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), que alertou para um dos grandes problemas do futebol e da vulnerabilidade do futebol português para a questão do “match-fixing”:

"O ‘match-fixing’ é um dos grandes problemas do futebol. Os valores do desporto são postos em causa. No dia a dia sabem onde existem as vulnerabilidades, os campeonatos mais frágeis e os jogadores que precisam. O nosso campeonato é um deles e deve-se ao incumprimento salarial”, sublinhou.

Joaquim Evangelista alertou para o facto de os jogadores profissionais não poderem apostar, numa altura em que o tema é ainda pouco compreendido em Portugal: “Todos os agentes desportivos estão proibidos de apostar. Podem ser condenados a penas de prisão se o fizerem”, alertou.

Nuno Gomes explicou ainda quais são as posições mais susceptíveis de serem aliciadas: “Se eu quisesse comprar um jogo, ia aos defesas... ou ao guarda-redes”, respondeu, explicando a escolha: “O defesa faz penáltis.”