Portugal
No laboratório de Abel, Raúl Silva acionou o botão da vitória
2018-02-10 21:00:00
Defesa central esteve nos três golos da equipa bracarense, todos na sequência de lances de bola parada

O SC Braga conseguiu uma importante injeção de moral para o jogo europeu de quinta-feira com o Olympique Marselha, no Vélodrome, para a Liga Europa, ao vencer 'limpinho' o Vitória de Setúbal por 3-1 num jogo denominado por lances de bola parada a revelaram-se decisivos na conquista do triunfo por parte dos bracarenses e com Raúl Silva a ser a figura do jogo. O defesa central dos minhiotos esteve nos três golos: abriu o marcador e teve participação direta nos outros dois.

O triunfo sem qualquer tipo de contestação da equipa de Abel Ferreira, perante um Vitória FC sempre incapaz de criar desequilíbrios no último terço ofensivo, veio confirmar o bom momento dos guerreiros do Minho, que estão agora, à condição, a quatro pontos do Sporting. O SC Braga fez um jogo quanto baste, sempre gerindo a vantagem conseguida aos 25 minutos, sem nunca deixar de procurar o sentido da baliza.

Com as duas equipas dispostas em campo com sistemas diferenres, o SC Braga em 4x4x2 e o Vitória FC em 4x2x3x1, os primeiros minutos foram algo confusos, com muitas bolas perdidas e a ser jogado num ritmo muito baixo. Aos 12 minutos, José Couceiro foi obrigado a mexer no onze, por lesão de João Amaral, lançando Arnold para o lado direito do ataque sadino. O sinal mais era dado pelo SC Braga a pressionar alto e a lançar a profundidade na tentativa de servir os dois avançados Paulinho e Dyego Sousa. A largura ficava a cargo de Esgaio que fugia com frequência pela direita sempre em direção à baliza sadina lançando o pânico na defesa vitoriana.

Fruto da superioridade demonstrada em campo, o SC Braga chegou com naturalidade à vantagem. Um canto batido na direita por André Horta, outra boa exibição, terminou na cabeça de Raúl Silva. E logo a seguir podia ter aumentado a diferença no resultado, primeiro com Dyego Sousa a cabecear à trave na sequência de um livre (mais um lance de laboratório), depois com Paulinho, isolado por Esgaio, só a não marcar porque Cristiano opôs-se ao remate do avançado português com uma grande defesa para canto.

A caminho do intervalo, o jogo foi perdendo qualidade, os duelos a meio-campo passaram a ser uma constante, e o indíce de passes errados repetia-se nas duas equipas. O Vitória FC terminou a primeira parte com mais posse de bola (53 por cento contra 47% do SC Braga), mas era uma posse estéril, com passes lateralizados e sem progressão.

A segunda parte começou praticamente com o golo anulado a Dyego Sousa, por fora de jogo, numa boa decisão de Jorge Sousa que consultou o VAR. A imagem do jogo não se alterou, o SC Braga continuava por cima, o Vitória FC sentia muitas dificuldades para criar desequilíbrios no último terço. Matheus era um guarda-redes sem trabalho. Quando Paulinho, de pontapé de penálti, por uma falta sobre Raúl Siva, num lance que nasceu de um canto de André Horta (o laboratório, outra vez...) fez o segundo tento, o jogo estava sentenciado. Não se vislumbrava qualquer reação do Vitória FC. José Couceiro trocou Edinho por André Pereira, reforço de janeiro cedido pelo FC Porto na sequência do retorno de Gonçalo Paciência ao Dragão, mas como se viu na parte final fica a ideia de que o treinador do Vitória poderia ter apostado em acabar o jogo com os dois pontas de lança. O SC Braga sempre a apostar na profundidade chegou ao terceiro golo, por Esgaio, após livre de André Horta (laboratório, parte 3...).

O Vitória FC ainda fez, aos 87 minutos, o tento de honra, por intermédio de André Pereira, recém-entrado, mas há muito que o vencedor deste jogo estava definido pela superioridade que o SC Braga demonstrou em relação a um adversário preso de ideias arrojadas que pudessem colocar em causa a estrutura do adversário. O SC Braga provou porque tem sido forte em casa neste campeonato, em 12 jogos soma 10 vitórias e só perdeu com FC Porto e Benfica. O Vitória FC interrompeu uma série de seis jornadas sem perder no campeonato e um total de 10 jogos em todas as competições. E é a única equipa da LIga que ainda não ganhou fora.