Pepa, treinador do Paços de Ferreira, voltou a criticar o recomeço da I Liga, reiterando que "a verdade desportiva acabou a 12 de março", quando o campeonato foi suspenso.

"Há outros valores, há a necessidade económica, é a paixão pelo futebol, tudo bem. Então e a II Liga não podia jogar? É por isso que eu falo na coerência. Não brinquem com a saúde, ninguém sabe que sequelas podem ficar", alertou o técnico, ao participar na Quarentena da Bola.

"Não venham com coisas, ninguém sabe, isto é uma coisa nova. Se ataca os pulmões, como é que vai ser daqui a seis meses, um ano? Não sabemos", insistiu.

O treinador dos castores recusou que o regresso do campeonato alemão possa servir de exemplo para a I Liga portuguesa.

"Ainda agora, na Alemanha, mal recomeçou e foi o que foi. Estamos a falar de condições que não temos, não atirem areia para os olhos, eles estão em hotéis fechados para aí há 15 dias, não vamos misturar as coisas", sustentou.

"Fico assustado por daqui a uns 15 dias estarmos a jogar", confessou Pepa, lembrando que ainda há muito por esclarecer quanto ao protocolo sanitário.

"Agora vêm dizer que se um jogador estiver infetado os outros jogam? Mas depois sabemos que as autoridades de saúde de outra região dizem que se um ficar infetado fica tudo de quarentena? Temos que definir as coisas. Então quem é que vai jogar?", questionou.

E lembrou também "a história dos estádios", com várias equipas, incluindo o Paços de Ferreira, a escolherem outros recintos para os jogos na qualidade de visitado para o que falta do campeonato.

"Se é para andar, metam todos de igual para igual. Onde está o fator casa, uns jogam em casa e outros não? Eu contra mim falo, mas aqui não é o Pepa ou o Paços de Ferreira, é o futebol. O Portimonense tem que jogar em casa, em dez jogos tem seis em casa", concluiu.