Portugal
Não há justiça ou injustiça, apenas equipas a ganhar por milagre
2018-08-12 18:25:00
O Marítimo passou grande parte do jogo por baixo de um Santa Clara que surpreendeu

“Não há justiça no futebol” e “o que conta são os as bolas que entram”, vão ser as frases mais ditas pelos madeirenses este domingo quando tiverem de acomodar os açorianos que não conseguirem regressar a casa devido aos atrasos aéreos. A verdade é que foi devido aos problemas nos céus da Madeira que um tal de Anzhony Rodrigues se viu “obrigado” a apitar este jogo. E dizemos mais: em muito boa altura, pois este rapaz mostrou saber o ofício e foi corajoso (e correto) quando apontou para a marca de pontapé de penálti no suspiro final de um encontro que o Marítimo não mereceu vencer, mas venceu, por 1-0.

O Marítimo até entrou melhor, galvanizado pelo regresso de Danny e a verdade é que cedo deu ares de uma equipa que queria resolver o jogo a seu favor o mais cedo possível. O antigo jogador do Zenit, e agora capitão maritimista, entrou decidido a agradecer a hospitalidade e ofereceu um golo a Joel, que ficou na cara de Marco após um excelente passe do internacional português. O remate do ponta-de-lança saiu enrolado e acabou no poste.

Por esta altura, o Marítimo surgia como a equipa mais ameaçadora e poucos adivinhariam o que estava para vir depois do primeiros 20 minutos.

E o que estava para vir era uma equipa do Santa Clara, treinada por João Henriques, a saber muito bem o que fazer para incomodar o Marítimo. E fê-lo. Os açorianos empurraram os madeirense para o seu reduto mais recuado e mostraram que afinal não foram fazer turismo à bela ilha da Madeira. Por esta altura, os minutos finais da primeira parte, a equipa do Santa Clara era dona e senhora do jogo, com especial destaque para Tiago Santana. Atenção a este jogador.

A segunda parte foi aborrecida, ao contrário do que havia sido a primeira e só depois dos 60 minutos é que se viu qualquer um dos guarda-redes, uma vez que a bola era apenas jogada no meio-campo por ambos os conjuntos. Curiosamente foi a equipa de João Henriques que melhor soube gerir este período do jogo acabando por sair dele por cima. Surpreendentemente era o Santa Clara que ditava leis à entrada do último 15 minutos da partida.

Com o aproximar do fim da partida, o Marítimo instalou-se no meio-campo do Santa Clara sempre comandado pela organização de Danny que ia encontrando os caminhos para chegar à área adversária. E dizemos área propositadamente, porque a baliza era ainda um alvo longe das possibilidades maritimistas. Cláudio Braga tem trabalho a fazer no plano ofensivo e pode ser sintomático o facto de apenas ter feito uma substituição, quando tirou Ricardo Valente para a entrada de Rodrigo Pinho.

E foi na mouche. Rodrigo Pinho entrou para marcar o único golo da partida, aos 90+8 minutos, na conversão de um pontapé de penálti assinalado corajosamente pelo madeirense Anzhony Rodrigues, o árbitro que foi chamado à última da hora para substituir Manuel Oliveira que não conseguiu um avião que o levasse do continente ao Funchal. O penálti foi bem assinalada e é difícil de perceber a atitude de Patrick, que mostrou muito pouca educação quando ofendeu Anzhony sem qualquer respeito ou até mesmo humanidade.

O Marítimo venceu uma partida que talvez não merecesse, mas o futebol é mesmo isto: “o que conta são os as bolas que entram.”