Vítor Manuel, um dos históricos treinadores do futebol nacional, diz que "não há decisões perfeitas nestas situações excecionais" e entende que o campeonato deveria ser dado por terminado, com algumas condições.

"Tomar a decisão de parar o campeonato para toda a gente, não havia subidas nem descidas, sem homolgar o campeão, quem estava em primeiro ia direto à Liga dos Campeões, o segundo ia às pré-eliminatórias e por aí sucessivamente", afirmou em declarações na A Bola TV.

O técnico diz compreender que "há um problema financeiro que os clubes estão a passar" e lembra que "há muita coisa em jogo mas a saúde é um bem supremo".

Ainda assim, em certa medida, concorda que o futebol não é uma 'ilha' na sociedade e sustenta que em outras áreas de atividade também foi decretado um regresso ao trabalho com condições.

"Algum risco tinha de se correr", explica, dizendo que, na sua ideia, no final dos jogos, os atletas deveriam ficar confinados num hotel, dando o exemplo de concetrações para as fases finais de grandes competições de seleção.

"Num campeonato do mundo ficam num hotel longe das famílias e aquilo dura mais ou menos um mês", sustentou, lembrando que os agentes desportivos já têm estado nos últimos tempos com as famílias num tempo em que não é habitual fazê-lo.

"Aí, parece-me a mim, o medo era atenuado. Não conviviam com a pressão de chegar a casa e saber se ficou infetado".

O treinador aproveita ainda para falar em decisões administrativas que foram tomadas na II Liga, por exemplo, "que penalizaram alguns clubes, outros foram beneficiados mas alguma coisa tinha de ser feita".