Portugal
“Não compreendo como há jogadores que ganham mil e têm cláusulas de 60 milhões”
2020-05-21 15:10:00
Bernardino Pedroto indica que é necessário "uma reestruturação" do futebol

Bernardino Pedroto, um dos treinadores mais experientes em Portugal, falou sobre o estado do futebol português e admite que o mesmo precisa de uma reestruturação.

Em declarações ao canal A Bola TV, o técnico de 66 anos assume que, caso essa reforma seja feita, é preciso proteger os treinadores e jogadores, já que o sonho de qualquer profissional é jogar no principal escalão do futebol português.

“Há que fazer alguma coisa para reestruturar o nosso futebol. Há equipas a mais, provavelmente, mas depois como vamos distribuir os jogadores e treinadores? O sonho de cada um é chegar e treinar na I Liga, jogar em atmosferas que os motiva”, afirmou Bernardino Pedroto.

Ao mesmo tempo, o experiente técnico não compreende como é que há futebolistas que ganham pouco, mas que têm cláusulas de rescisão estratosféricas, mesmo sabendo que os clubes portugueses necessitam do dinheiro das vendas.

“Não compreendo como temos jogadores que ganham jogadores que ganham mil, dois, cinco ou dez mil e têm cláusulas de 40, 50 ou 60 milhões”, salientou.

Em relação à competitividade do futebol português, tanto a nível nacional como internacional, Bernardino Pedroto considera que o mesmo é “nivelado por baixo”, apesar de elogiar os trabalhos de Carlos Carvalhal e Ivo Vieira no Rio Ave e Vitória de Guimarães, respetivamente.

No entanto, o treinador deixa um desejo para o futuro do campeonato português: que mais clubes discutam o título de campeão nacional, dando dois exemplos.

“Oxalá que isso um dia possa acontecer. Quer o Vitória de Guimarães e o SC Braga possam ter capacidades para lutar pelo título”, indicou.

Finalmente, o técnico não acredita que as audiências do regresso da I Liga, marcado para dia 4 de junho, sejam grandes, comparativamente ao que aconteceu na Bundesliga, enumerando algumas razões para essa perspetiva.

“Será que em Portugal pode acontecer o mesmo? Não acredito. Por algumas razões. A reestruturação dos nossos campeonatos, redimensionar o nosso futebol, uma nova visão e perspetiva dos nossos dirigentes”, concluiu.