Bruno e Nani; Nani e Bruno. Ora agora, passo eu, ora agora passas tu. O jogo frente ao Empoli FC relativo ao Troféu Cinco Violinos, que o Sporting perdeu por 5-4 nos penáltis após um empate a uma bola no final dos 90 minutos, trouxe à evidência a capacidade de entendimento revelada pela dupla mais virtuosa dos leões. Por eles, passou todo o futebol de ataque dos verde e brancos, agora com a grande referência de ataque que é Bas Dost.
José Peseiro jogou com uma dupla de médios mais posicionais, mais recuados no terreno, composta por Battaglia e Misic, que deu plena liberdade ao espírito criativo de Bruno Fernandes e Nani que, com trocas constantes e combinações permanentes, como sucedeu aos 25 minutos num dos lances mais vistosos do encontro, colocaram a cabeça em água ao bem organizado último reduto dos italianos. As oportunidades sucederam-se, muito por força do virtuosismo desta dupla: foram seis ou sete no decorrer do primeiro tempo, e só por falta de pontaria (até de Bas Dost, imagine-se), o encontro chegou ao intervalo a zeros.
Nani acabou por ser mais um interior do que um falso extremo, escancarando as portas para a entrada de Ristovski, bastante assertivo no jogo com os italianos, de regresso à série A. O melhor exemplo deste tipo de movimentação teve lugar aos 39 minutos quando, devidamente desmarcado por Bruno Fernandes, o lateral da Macedónia cruzou com conta peso e medida para uma cabeçada estrondosa de Bas Dost com a bola a passar uns centímetros acima da barra.
No lado oposto, Acuña fechou mais no sentido de conferir equilíbro à equipa, permitindo a Jefferson um maior pendor atacante. É destas movimentações de Bruno Fernandes e de Nani e dos laterais leoninos que depende muito a capacidade de desequilibar do conjunto de José Peseiro, com Battaglia, principalmente Battaglia, que foi um monstro no trabalho de sapa do meio-campo, como principal garante de uma rápida recuperação de bola.
No segundo tempo, José Peseiro optou por jogar com os extremos invertidos, ou seja, Acuña passou para o lado direito e Nani para o lado esquerdo. Sensivelmente a 20 minutos do final, o treinador leonino não deixou de surpreender ao testar Bruno Fernandes como médio mais recuado ao lado de Battaglia. Fez sair Misic, apostando na entrada de Wendel, mas para terrenos mais avançados, a posição que o camisola 8 vinha desempenhando.
O Sporting acabou por empatar o jogo (ainda esteve na frente através de um belo golo de Misic, obtido aos 51 minutos, mas La Gumina igualou aos 69 minutos) perdendo depois, através da marcação de penáltis por 5-4, pela primeira vez o Troféu Cinco Violinos. O conjunto de José Peseiro deixou, no entanto, boas indicações face ao volume de jogo ofensivo criado. A equipa desfrutou de inúmeras ocasiões para marcar, pecando no aspeto da finalização. Só para se ter uma ideia da diferença de eficácia: o Empoli FC teve três ocasiões e marcou numa, enquanto o Sporting só converteu em golo uma das 14/15 oportunidades num jogo em que Battaglia, no meio-campo, e Mathieu, na defesa, foram dois colossos.
Sporting-Empoli FC, 1-1 (4-5, g.p.) Misic (51'), La Gumina (69')
Sporting: Viviano; Ristovski (Bruno Gaspar, 68'), Coates (André Pinto, 84'), Mathieu e Jefferson; Battaglia e Misic (Wendel, 67'); Nani (Raphinha, 67'), Bruno Fernandes (Carlos Mané, 85') e Acuña (Matheus Pereira, 67'); Bas Dost (Montero, 84').
Penáltis: Mathieu (1-0), Krunic (por cima), Montero (2-0), Mráz (2-1), Battaglia (3-1), Traoré (3-2), Matheus Pereira (defesa do guarda-redes), Di Lorenzo (3-3), Raphinha (4-3), Caputo (4-4), Jefferson (defesa do guarda-redes), Rasmussen (4-5).
