Que pesadelos vão ter Daniel Ramos e o Marítimo com Matheus Pereira e Pedro Tiba! Os insulares deslocaram-se a Chaves, este domingo, com o desejo de permanecer na luta pela Europa, mas foram os flavienses que saíram da partida com a possibilidade remota de ainda atingir o quinto lugar da Primeira Liga. O duelo até foi equilibrado durante grande parte dos minutos, mas terminou com um triunfo de 4-1 para o conjunto orientado por Luís Castro. Os madeirenses foram os primeiros a estar em vantagem no marcador, mas a resposta e reação dos transmontanos ao golo consentido, municiada pela perícia individual de Matheus e Tiba, revelou-se fatal para as aspirações dos forasteiros.

O Marítimo começou o encontro com o controlo da posse de bola, a tentar pautar o ritmo do jogo, e a pressionar em cima do adversário aquando da perda do esférico. O Chaves, por seu turno, optou primeiramente por permanecer mais recuado no terreno, a apostar na transição ofensiva como principal arma à baliza de Charles. Foram precisamente os madeirenses a chegarem primeiro ao golo, num lance de confusão gerado na área flaviense. A bola andou aos reboliços, até que encontrou Rodrigo Pinho e o avançado dos insulares rematou para a bola embater no ‘muro’ da defensiva flaviense. Na recarga, surgiu Bebeto, que correu desde a lateral defensiva até à área contrária, para aproveitar e dar a vantagem ao Marítimo.

De facto, o golo do Marítimo surgiu na sequência de uma meia hora inicial em que as oportunidades flagrantes foram a principal ausência da partida. O GD Chaves respondeu ao domínio dos insulares e reagiu prontamente ao golo sofrido, aumentando desde logo o ritmo e intensidade do jogo. Aos 37 minutos chegou a igualdade no resultado e um lance que levantou todo o estádio, protagonizado por Tiba. Matheus Pereira aproveitou uma perda de bola do Marítimo no corredor para colocar a bola no capitão dos transmontanos, que com um gesto técnico excelente conseguiu tirar Zainadine da frente e bater Charles para o empate.

O encontro não foi para intervalo sem uma grande penalidade assinalada pelo árbitro Artur Soares Dias por mão na bola de Zainadine na área do Marítimo. O lance ocorreu no tempo de compensação, já aos 45+5’, e foi validado após consulta do VAR. Na cobrança do penálti, Bressan não tremeu da marca dos onze metros e demonstrou a frieza necessária para dar a volta ao marcador e colocar o Chaves pela primeira vez na frente. O golo surgiu como uma autêntica cereja no topo do bolo para o conjunto de Luís Castro, instantes antes do intervalo.

No regresso dos balneários, foi o Chaves quem apareceu melhor e bastaram sete minutos até que a equipa da casa voltasse a festejar um golo, desta feita nascido da qualidade técnica de Matheus. A inspiração do jovem extremo falou mais alto, algo que já tinha acontecido com Tiba, para bem dos flavienses. Aos 52 minutos, o miúdo emprestado pelo Sporting aos transmontanos decidiu arrancar para a sua jogada de marca, ou seja, fletir da direita para o centro do terreno e disparar à baliza adversária, ainda de fora da área. O resultado? Mais um golo para o Chaves, mais precisamente o 3-1.

Daniel Ramos ainda tentou mexer com o jogo, a apostar numa maior criatividade no meio-campo, com as entradas de Ghazaryan e Edgar Costa em campo, mas a verdade é que apesar de conseguir ter bola, os insulares não foram capazes de levar o perigo à baliza de Ricardo. Tanto que foi novamente o Chaves a fazer golo e a dar, assim, uma ‘machadada’ final, com o 4-1. Aos 75 minutos, Bebeto derrubou Stephen na área do Marítimo e Soares Dias não hesitou em assinalar penálti. Desta feita, foi Matheus o chamado à marca dos onze metros e o jovem atacante voltou a fazer o gosto ao pé. Com este triunfo, o Chaves igualou em pontos e ultrapassou o Marítimo na tabela classificativa, ao chegar ao sexto lugar. Os flavienses colocaram um ponto final nas aspirações dos madeirenses em chegar à Europa na próxima época, ao passo que a turma de Luís Castro ainda pode consegui-lo, embora pareça uma missão quase impossível, tendo em conta que basta ao Rio Ave fazer um ponto em dois jogos para assegurar a quinta posição.