Portugal
Marítimo colabora com buscas da operação 'Fora de Jogo'
2020-03-04 23:10:00
"É uma obrigação da Autoridade Tributária e não nos cria nenhum problema recebê-los", explica Carlos Pereira

O presidente do Marítimo, Carlos Pereira, afirmou hoje que o clube “colaborou” com a Autoridade Tributária nas buscas realizadas no complexo desportivo ‘verde rubro’, no Funchal, e que pretende um futebol mais “transparente”.

“Um dia diferente. É uma obrigação da Autoridade Tributária e não nos cria nenhum problema recebê-los, colaborar com aquilo que eles entendam que deve ser e um clube desta dimensão tem muito papel para ver e analisar, mas, com a nossa colaboração, tudo se tornou muito mais fácil e, se calhar, muito mais rápido do que se previa”, disse aos jornalistas presentes no complexo, em Santo António, em declarações reproduzidas na RTP-Madeira.

A “visita surpresa” não causou nenhum “receio”, de acordo com o dirigente, que confirmou também buscas na sua casa, e comentou que tudo foi mostrado “com tranquilidade”.

Carlos Pereira lembrou que é uma operação de “dimensão nacional”, que envolve transferências, sem querer revelar nomes de pessoas envolvidas, por não ser “lógico nem ético” e revelou o que deseja ver no futebol português.

“Não há nenhuma razão para esconder o quer que seja. O que queremos é contribuir para que haja um futebol mais transparente, um futebol mais equilibrado e um futebol menos fora de jogo”, vincou.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou hoje a realização de buscas em diversas sociedades de clubes de futebol, dirigentes, escritórios de advogados e agentes intermediários, no âmbito da operação ‘Fora de Jogo’.

Segundo a PGR, a operação denominada 'Fora de jogo' levou à constituição de 47 arguidos, 24 pessoas coletivas e 23 pessoas singulares.

Entre os arguidos contam-se "jogadores de futebol, agentes ou intermediários, advogados e dirigentes desportivos", especificou a PGR, sublinhando que "em causa estão suspeitas da prática de factos suscetíveis de integrarem crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais".