Portugal
Marega explodiu o Caldeirão que Amir ferveu e o FC Porto tem o título na mão
2018-04-29 20:45:00
O FC Porto não soube aproveitar da melhor forma a vantagem numérica na 2.ª parte, mas Marega voltou a ser decisivo.

Minuto 89. Foi esse o momento em que o FC Porto colocou uma mão sobre um título que já ninguém diz ser possível escapar. Faz sentido que tenha sido Marega quem fez o golo que deu o triunfo ao FC Porto sobre o Marítimo (1-0), no último suspiro do jogo, pois foi o maliano quem mais o mereceu durante toda a época. Marega tem sido o principal destaque dos azuis e brancos nesta temporada e resume na perfeição aquilo que Sérgio Conceição trouxe aos dragões: raça, ousadia e uma atitude competitiva que não dá um lance por perdido. A partida deste domingo ficou igualmente marcada pela expulsão de Amir, ainda na primeira parte, mas o FC Porto não soube aproveitar a vantagem numérica diante de um Marítimo com uma inteligência tática e segurança acima da média. O conjunto da cidade Invicta teve muita bola, mas pecou várias vezes no momento da decisão… até aparecer Marega.

Com a possibilidade de aproveitar o deslize do rival Benfica, o FC Porto entrou nos Barreiros com vontade chegar cedo à vantagem. E a verdade é que poderia tê-lo conseguido logo aos dois minutos, mas Soares falhou na finalização (algo que se sucedeu várias vezes durante o encontro…) em frente a Amir. Daniel Ramos colocou o Marítimo em campo com base na consistência no centro do terreno, com Fabrício, Jean Cleber e Gamboa como senhores do meio-campo e os insulares conseguiram dividir as despesas e equilibrar a partida com o passar dos minutos iniciais. Aos 12 minutos foi a vez dos madeirenses igualarem o registo de oportunidades de golo, com Joel a forçar Casillas a uma defesa apertada.

O Marítimo apresentou, desde cedo, grande consistência a nível defensivo, com uma aposta na manobra contraofensiva. O FC Porto estava a falhar no capítulo da decisão, mas recebeu uma boa notícia perto do intervalo, mais precisamente aos 40 minutos. Soares preparava-se para se isolar em frente à baliza do Marítimo, quando o guarda-redes Amir decidiu sair da zona de conforto e foi até à entrada da área derrubar o atacante dos azuis e brancos. Daí resultou a expulsão, por vermelho direto, uma falta perigosa (sem consequências) e um percalço na estratégia bem montada de Daniel Ramos, pois o Marítimo teve que jogar toda a segunda parte com menos um jogador que o adversário: Charles teve que ser chamado ao jogo e Jean Cleber saiu das quatro linhas.

A segunda parte começou como seria expectável, com o FC Porto a tentar fazer valer a vantagem numérica de forma a chegar ao tão desejado golo e o Marítimo mais recuado no terreno. Os insulares regressaram dos balneários num sistema de 4x4x1, com Joel a ter a ingrata missão de estar sozinho na frente. Os azuis e brancos estiveram perto do golo, com dois lances de Otávio, aos 50 e 52 minutos, mas Pablo (o melhor jogador em campo do Marítimo) resolveu com qualidade e critério na defesa.

Com o passar dos minutos, no segundo tempo, ficou visível que o FC Porto teve o controlo da posse de bola, como o fez na maioria dos 90', mas estava muito precipitado, talvez pela possibilidade de ficar apenas a um passo do título. Os dragões circularam a bola, mas o último passe ou o remate saíram quase sempre desenquadrados. A juntar a isso, o Marítimo não tremeu por estar com um jogador a menos que o oponente e demonstrou uma inteligência tática e segurança defensiva a que tem habituado tudo e todos desde que Daniel Ramos assumiu o comando técnico da equipa madeirense.

Na reta final do encontro, o FC Porto tentou o ‘forcing’ ofensivo final, com a entrada de Gonçalo Paciência em campo e a deslocação de Marega para a ala de forma mais consistente, mas as faltas e os amarelos também foram protagonistas nos últimos minutos. Quando tudo dava a entender que a turma de Sérgio Conceição não ia aproveitar ao máximo a derrota do Benfica no sábado, eis que apareceu o inevitável Marega a ganhar ao primeiro poste num pontapé de canto cobrado por Alex Telles, e cabecear como mandam as regras, ou seja, de cima para baixo. O resultado? A bola acabou no fundo das redes de Charles. Até ao apito final, ainda houve tempo para a expulsão de Rúben Ferreira, por vermelho direto, em mais uma decisão correta de Carlos Xistra, embora tenha sido tomada apenas depois de consultar o vídeo-árbitro. Com duas jornadas para o fim do campeonato, basta um ponto para o FC Porto ser campeão, sendo que pode sê-lo sem entrar em campo, tendo em conta que Sporting e Benfica medem forças na próxima jornada, em Alvalade.