Portugal
"Mais um prego no caixão" do futebol numa decisão de "24 de Abril de 1974"
2020-05-07 16:10:00
Líder dos fogaceiros diz que Proença "é muito mais reativo do que ativo"

Rodrigo Nunes, presidente da direção do Feirense, está revoltado com a decisão de dar por encerrada a II Liga e não poupa nas críticas a Pedro Proença, lembrando os tempos da ditadura.

"Eu acho que isto é uma decisão do dia 24 de Abril de 1974 [véspera do dia que fez cair a ditadura em Portugal]. É evidente que é mais um prego no caixão da credibilidade do futebol português", afirmou, falando de uma "frustração total" e criticando a forma como Proença conduziu esta situação.

"Pedro Proença, com todo o respeito, neste caso e em outros, é muito mais reativo do que ativo. Nunca decide em conformidade com o que os clubes pensam e vai sempre atrás do prejuizo da imagem."

Em declarações à A Bola TV, Rodrigo Nunes referiu que Proença "parece que é uma pessoa que foi ouvindo, foi atrás das decisões, foi convidado para ir à reunião com o primeiro-ministro já em cima do acontecimento e não tomou uma medida".

O líder dos fogaceiros, que terminaram em terceiro lugar a II Liga (primeiro lugar sem direito a subida), não alinha pela ideia de que o governo seja culpado nesta situação.

"O governo decide em função da saúde e não decide se é apenas a I ou a II Liga", revela Rodrigo Nunes.

O dirigente do emblema de Santa Maria da Feira destaca que, por exemplo, a "FPF acabou todos os campeonatos e aí nada há que reclamar".

"Foi uma decisão colegial sem exceções", salientou, criticando a posição tomada por FPF e Liga na questão do segundo escalão.

"Quer a FPF quer a Liga tentaram calar os contestatários com dinheiro. Um valor insignificante a dividir por todos. 'Compraram o silêncio' dos clubes mais pequenos. Depois passam para fora a ideia de que a maioria dos clubes aceitaram, o que não é verdade".

Devido à pandemia de covid-19, a II Liga foi suspensa por tempo indeterminado em 12 de março e depois foi excluída a sua continuidade.

Em comunicado, a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) disse, nesta semana, que "fixou" as promoções dos dois primeiros classificados da II Liga, Nacional e Farense, e a despromoção dos dois últimos, Cova da Piedade e Casa Pia, que terão de ser aprovadas em Assembleia-Geral do organismo.