Portugal
Levam defesa, meio-campo e ataque, mas os Ramos deste Marítimo ainda dão frutos
2017-08-08 18:35:00
Insulares foram mais perigosos após golo obtido e justificaram triunfo sobre um Paços controlador, mas pouco incisivo

Uma entrada forte e determinada no segundo tempo e um golo insólito acabaram por ser a receita do triunfo do Marítimo na receção ao FC Paços de Ferreira, em jogo da jornada inaugural da Liga 2017/18. Apesar do maior domínio dos visitantes, os insulares acabaram por contrariar esse controlo do jogo com muito pragmatismo, justificando o triunfo mais até por aquilo que fizeram depois do golo obtido por Éber Bessa, do que pela primeira metade pouco conseguida.

Após 45 minutos pautados por muita intensidade e equilíbrio, mas com pouca sobriedade na construção, sobretudo por parte da equipa da casa, o jogo chegou ao intervalo empatado em praticamente tudo; tanto no marcador, que estava a zeros, como nos remates (quatro) e na posse de bola. Ainda assim, era a turma de Vasco Seabra a controlar o encontro, mostrando-se mais organizada, embora lhe ficasse a faltar maior acutilância no último terço do terreno.

Os pacenses mostraram ser já uma das melhores equipas a tratar a bola e a controlar os ritmos do encontro, explorando bem a profundidade dos laterais, mas pecando na definição no último terço do terreno. E nisso, o pragmatismo madeirense foi exemplar. Acima de tudo, no recomeço do encontro. Após várias ameaças sem levar qualquer perigo à baliza contrária, Éber Bessa beneficiou de um remate com a canela que acabou por surpreender Mário Felgueiras e fazer um chapéu ao guardião pacense, aos 51 minutos.

Curiosamente, após ter chegado ao golo um pouco aos trambolhões, foi a partir daí que a equipa de Daniel Ramos se começou a soltar e a criar mais perigo junto à baliza contrária. Primeiro por Ricardo Valente, depois pelas arrancadas individuais do reforço Everton, lançando a meio da segunda parte, o Marítimo esteve perto de aumentar a contagem, mostrando estar bem trabalhado nas saídas rápidas para o ataque.

Até final o Paços voltou a controlar o encontro, encostando os insulares à sua baliza, mas sem efeitos. Só num lance em que o guardião Charles vacilou, sendo substituído por Luís Martins, aos 61 minutos, os castores conseguiram estar perto de marcar. Algo que demonstra bem a falta de esclarecimento da equipa de Vasco Seabra nos últimos metros do terreno, ao contrário do que demonstra nos dois primeiros terços do mesmo, trocando bem a bola e pressionando alto para recuperá-la rapidamente.

No entanto, qual Gregor Samsa, a transformação demonstrada pelo Marítimo após o intervalo acabou por levar a melhor sobre a organização pacense. Também por culpa da boa exibição em termos defensivos, onde se destacou o central brasileiro Pablo, que chegou à Madeira para substituir Raúl Silva. Mérito igualmente para o técnico Daniel Ramos. É que a este Marítimo podem levar tudo, “desbastando” a defesa, o meio-campo – só não levem o pêndulo Erdem Sen! - e o ataque, mas a equipa continua a dar frutos.

Nota final para o árbitro Manuel Oliveira (AF Porto), que conseguiu passar despercebido num encontro que se iniciou com muita intensidade a meio-campo e algo “rasgadinho”. O juiz da partida optou por deixar jogar e fez bem, pois o encontro acabou por decorrer dentro das normalidades. Mostrou apenas quatro amarelos, três deles já perto do final do jogo, quando este se encontrava partido. O facto de não ter existido qualquer lance polémico, acaba por atestar a atuação positiva de Manuel Oliveira.