Foram meses atrás de meses, jornadas atrás de jornadas com a lanterna vermelha da segunda liga em punho, mas três vitórias nos últimos quatro jogos, a última das quais frente ao líder FC Paços de Ferreira, colocaram o lado B do FC Porto a tocar que se farta, de volta aos "tops". A equipa subiu do 18.º ao 13.º lugar, está apenas a dois pontos do sétimo classificado e Rui Barros pode agora respirar com maior à vontade, depois de ter começado a ver o seu trabalho contestado.
O sino tocou a rebate após as três derrotas consecutivas sofridas diante de FC Arouca, Varzim e Famalicão, esta última por 4-2 depois de a equipa azul e branca ter estado na frente do marcador por 2-0. Estávamos a 27 de outubro. A partir daqui, o FC Porto B arranjou forças onde parecia não as ter e arrancou para um fase a todos os títulos assinalável, até pela força mental que o jovem conjunto conseguiu encontrar, ao ponto de nos derraderiros cinco jogos ter perido apenas um. Ao empate em Matosinhos, diante do Leixões, seguiu-se uma vitória caseira frente ao CD Cova da Piedade com Marius em destaque ao bisar. A derrota sofrida em Mafra (2-1) foi o único percalço de um percurso irrepreensível, culminado com o expressivo triunfo diante da Académica, por três golos sem resposta, e pela vitória deste sábado em Paços de Ferreira, perante o líder do campeonato, por 1-0, através de um golo obtido por Rúben Macedo.
Fundado em 1999, o FC Porto B dá, assim, mostras de poder corresponder a um brilhante historial na competição onde se sagrou campeão nacional em 2015/16, conseguindo um feito inédito em Portugal, fruto de uma conquista categórica, expressa nos 86 pontos amealhados, mais seis do que o Desportivo de Chaves, e mais oito do que o Feirense, as equipas que acabaram por subir e que ainda se mantêm no escalão maior do futebol português.
O atual treinador do Vitória de Guimarães, Luís Castro, era o timoneiro de um conjunto de sucesso, do qual faziam parte José Sá, Jorge Fernandes, Rodrigo e Rafa Soares, Mikel Agu, Tomás Podstawski, Francisco Ramos e... André Silva, entre outros. Dessa equipa ainda subsistem, Chidozie, Rúben Macedo, Cassamá, Rui Pedro e Gleison, a que se juntaram nomes como Diogo Costa, Diogo Queirós, Bruno Costa, Fernando Fonseca, Romário Baró, Luizão e, mais recentemente, Marius, que integrava os trabalhos do plantel principal. João Pedro também é aposta regular na equipa secundária nos dragões.
O FC Porto B foi fundado em 1999 e dissolvido em 2006, sendo reiniciado em 2012. Além de se ter sagrado campeão nacional em 2015/16, o conjunto azul e branco também conquistou a Premier League International Cup em 2016/2017 e 2017/2018. André Silva é a grande referência portista no que diz respeito aos frutos recolhidos das equipas B. O símbolo maior do FC Porto B alinhou durante três temporadas no escalão secundário. Depois de três golos em 21 jogos na primeira temporada e de 9 remates certeiros em 41 desafios na segunda, o agora ponta de lança do Sevilha FC explodiu na terceira época. Quinze golos em 31 jogos levou-o à equipa principal e à Seleção Nacional, onde surge como indiscutível ao lado de Cristiano Ronaldo. O avançdo é, no entanto, um dos poucos exemplos de sucesso. Não são assim tantos os jogadores oriundos da equipa B que acabam por se afirmar na equipa principal. Diogo Leite é o caso mais recente, mas o central ainda procura por um lugar ao sol.
Como curiosidade, atente-se no onze titular dos azuis e brancos no triunfo averbado este fim de semana em Paços de Ferreira: Diogo Costa; João Pedro, Chidozie, Diogo Queirós e Reabciuk; Bruno Costa, Luizão, Romário Baró e Rúben Macedo, Gleison e Marius. Rui Pires e Musa Yahaya entraram em substituição de Romário Baró (64') e Gleison (81').
