Portugal
Kalindi mostrou a Camacho o caminho para sair do abismo
2018-11-10 20:20:00
O Nacional foi quem mais quis sair do abismo de resultados e conseguiu fazê-lo, frente a um Marítimo muito pálido.

Foi de justiça completa o triunfo caseiro do Nacional sobre o Marítimo, por 1-0, neste sábado, para a Primeira Liga. Em pleno dérbi madeirense, muito caloroso nas bancadas, a equipa de Costinha foi claramente superior ao adversário, com um futebol fluído e dois homens em destaque: Kalindi e Camacho. O lateral não parou durante todos os 90 minutos, com correrias imensas pela ala a carregar a equipa toda para a frente, enquanto o extremo foi decisivo ao marcar o golo da vitória. Do outro lado, o conjunto de Cláudio Braga realizou uma exibição bastante pálida, assente no jogo direto e a surgir apenas na resposta ao golo consentido.

Este sábado, em pleno Estádio da Madeira, estavam frente a frente duas equipas que atravessavam fases absolutamente ‘negras’. O Nacional não sabia o que era o sabor da vitória há nove encontros e o Marítimo estava sem ganhar há oito partidas. Por isso mesmo, o dérbi tinha, assim, um sabor ainda mais especial, para além de toda a história entre ambos os conjuntos, que voltam a estar esta temporada no principal escalão. O Nacional puxou dos galões e do fator casa para entrar melhor em campo e até podia ter chegado à vantagem logo nos minutos iniciais, com um par de lances que nasceram de erros de jogadores maritimistas na saída com bola, primeiro Amir e depois Zainadine. Ainda assim, o ataque dos visitados não foi eficaz e Hamzaoui teimava em não conseguir rematar de forma certeira.

O passar dos minutos acentuou ainda mais o domínio do Nacional, perante um Marítimo que estava cada vez mais recuado no terreno, muitas vezes com toda a equipa centrada no próprio meio-campo defensivo. A única forma que a turma de Cláudio Braga tentava responder ao vendaval nacionalista era através do jogo direto, pelo que não exigia muito trabalho ao conjunto de Costinha voltar a ganhar a posse de bola. O primeiro lance de algum perigo da parte do Marítimo aconteceu apenas depois da meia-hora, mais precisamente aos 34 minutos, quando Edgar Costa apareceu sem marcação na área e cabeceou colocado para defesa de Daniel. A única oportunidade do Marítimo no primeiro tempo foi mesmo o lance com maior perigo em todo o primeiro tempo.

A questão que se impunha ao intervalo era a seguinte: será que os jogadores do Nacional vão conseguir manter todo este ritmo da primeira parte nos segundos 45 minutos? Quem pensou que não estava redondamente enganado. É que a turma de Costinha voltou dos balneários precisamente como tinha ido para lá, com clara superioridade no encontro. Ainda assim, notou-se uma maior vivacidade e resposta da parte do Marítimo e Cláudio Braga aproveitou esses sintomas para lançar em campo Ricardo Valente e Correa, em busca de ter maior velocidade e critério com bola no pé no momento do processo ofensivo.

Só que foi mesmo o Nacional a chegar ao golo. O lance que decidiu o duelo aconteceu aos 65 minutos e, mais uma vez, teve como protagonistas os dois jogadores em maior foco ao longo de todo o encontro. Kalindi tentou o cruzamento, no corredor direito do ataque do Nacional, o esférico embateu na defensiva maritimista, mas o pequeno lateral não desistiu e entrou na área adversária para cruzar e Camacho aparecer na resposta com um cabeceamento certeiro para o fundo das redes. O marcador apontava 1-0 para o Nacional e não poderia ser um resultado mais justo.

O Marítimo reagiu bem à desvantagem e foi a partir daí que começou a aparecer em jogo e a dar mostras de ofensividade que até então não evidenciava. A junção de Rodrigo Pinho a Joel no ataque deu muitos problemas à defensiva do Nacional, que tardou em adaptar-se a dois atacantes adversários e o Marítimo começou a criar perigo, com muito jogo pelos corredores. No entanto, a equipa de Costinha conseguiu mesmo conservar a vantagem até ao apito final e sai, assim, de um abismo e de uma autêntica travessia no deserto no que diz respeito a resultados. A jogar em casa, foi o Nacional que mandou no dérbi da Madeira e aproveitou para deixar a ‘lanterna vermelha’ do campeonato, ainda que à condição. Ao invés, prossegue a senda nefasta para o Marítimo de Cláudio Braga.