Portugal
Joel, o Cruel e a conquista de Tondela
2018-03-17 19:40:00
O Marítimo teve no camaronês a maior arma para a vitória no terreno do CD Tondela (1-2)

Houve uma batalha dura no Estádio João Cardoso, o castelo do CD Tondela. Os anfitriões estiveram na frente, mas rapidamente a toada mudou e o exército do Marítimo, com Joel, o Cruel na frente, acabou mesmo por conquistar os três pontos que deixam a equipa na luta pelo quinto lugar da tabela da Liga. O jogo, esse, foi tudo menos bonito, mas ninguém pode negar a vontade de ganhar demonstrada pelas duas formações - pelo Marítimo durante quase todo o jogo e do CD Tondela nos minutos finais.

Contudo, foi o CD Tondela quem começou por cima. Ricardo Costa cabeceou ao lado aos 7' e, três minutos depois, Tyler Boyd serviu Miguel Cardoso, que beneficiou de um erro de Bebeto para ganhar o espaço necessário para rematar. Amir ainda conseguiu tocar na bola, mas esta, mesmo devagar, entrou mesmo para dentro da baliza. Apesar do golo, o início do jogo foi tudo menos entusiasmante. As equipas arriscavam pouco e esperavam pelos erros adversários ou confiavam em iniciativas individuais para tentarem criar perigo. Foi assim que o 1-0 chegou para a equipa de Pepa, que tinha mais bola que um Marítimo algo adormecido.

Mas essa tendência foi-se alterando à medida que os minutos foram passando, com os insulares a subirem no terreno e a terem mais bola. Mérito para o Marítimo, claro, mas a culpa também foi do CD Tondela, que permitiu uma maior circulação de bola ao adversário. No entanto, faltava ao Marítimo maior coragem para partir para cima dos defesas no último terço, pelo que Cláudio Ramos não foi incomodado de forma nenhuma nos primeiros 40 minutos.

O guarda-redes do CD Tondela, um dos melhores deste campeonato, não conseguiu, ainda assim, fazer nada no golo do empate. Perto do intervalo, Jean Cléber fez aquilo que o Marítimo tinha feito poucas vezes: arriscou. Assistiu Joel na área e o avançado recebeu de peito antes de rematar de primeira para o fundo das redes. Foi um golo de belo efeito, mas esteve perto de não o ser porque a equipa de arbitragem assinalou fora-de-jogo. Não fosse a intervenção do vídeo-árbitro e tudo podia ter sido diferente. O empate ao intervalo, face ao que se viu dentro das quatro linhas, era justo e merecido. Pedia-se qualidade, velocidade e dinâmica para o segundo tempo.

Foi isso mesmo que o Marítimo trouxe dos balneários. Logo aos 49', um contra-ataque quase perfeito dos insulares só não deu em golo porque Cláudio Ramos, no último segundo, antecipou-se a Rodrigo Pinho, mas não era preciso esperar muito mais. Menos de cinco minutos depois, Joel aproveitou uma abordagem errada de Jorge Fernandes para ganhar a bola e fazer o 1-2 com destaque, também, para a 'dança' do camaronês com Cláudio Ramos. Joel fez o que quis do guardião e a presença de Ricardo Costa ali perto foi praticamente irrelevante: o golo aconteceu mesmo e funcionou como um prémio para a atitude com que o Marítimo voltou ao jogo depois do intervalo. Logo a seguir ao golo, Ricardo Valente podia ter resolvido a questão, mas o remate de cabeça viu Cláudio Ramos pela frente numa das melhores intervenções da tarde.

A partir daí, o CD Tondela começou a subir no terreno, mas o Marítimo aparentava ter o jogo controlado. A equipa de Pepa ia tentando bater Amir, fosse com remates de longe ou lançamentos na velocidade, mas não conseguiu ser muito eficaz. Os visitantes, por outro lado, viram Zainadine (77'), Correa (78') e Joel (85') rematarem para defesas de Cláudio Ramos. A tentativa do camaronês foi mesmo a mais flagrante, com Joel a tentar o chapéu e o consequente 'hat-trick', mas sem sucesso.

Nos últimos instantes do jogo, o CD Tondela carregou ainda mais e conseguiu mesmo criar perigo, com destaque para a oportunidade desperdiçada por Jorge Fernandes aos 89' e o cabeceamento de Tomané para defesa de Amir aos 90'. Bruno Monteiro, aos 90+4', rematou por cima quando estava em excelente posição, mas a tomada do castelo de Tondela por parte de um exército liderado por Joel, o Cruel, estava decidida.