Portugal
Jiménez quis sacudir a pressão, mas o Benfica voltou a dar sinais de ansiedade
2017-09-20 23:45:00
O Benfica fez o terceiro jogo consecutivo sem conhecer o sabor da vitória; sinais de crise começam a surgir na Luz

Começar bem, marcar golo, falhar defensivamente, permitir o empate e deixar a ansiedade apoderar-se de forma a que não seja possível discernir de forma eficaz nos momentos decisivos. Foi este o padrão demonstrado pelo Benfica esta noite, no Estádio da Luz, no empate a uma bola contra o SC Braga, jogo que consistiu no terceiro encontro consecutivo dos comandados de Rui Vitória sem conhecer o sabor do triunfo. A crise de resultados que paira sob os encarnados entrou em campo nesta quarta-feira, que teve várias alterações nos onzes de ambas as equipas, e foi fulcral para que as ‘águias’ não tivessem conseguido entrar a ganhar na Taça da Liga.

Com esta premissa, é expectável que o futebol demonstrado pelo Benfica não tenha sido positivo, mas engane-se quem pensa desta forma, pelo menos na reta inicial da partida. Num 4x2x3x1 com Gabriel Barbosa a partir da direita para o meio, Samaris e Filipe Augusto juntos no meio-campo e Krovinovic no apoio direto a Raúl Jiménez, os encarnados surgiram mais fortes nos minutos iniciais do primeiro tempo e cedo chegaram à vantagem. Aos 11 minutos, na sequência de um lance de bola parada (similar situação viria a ser fatal no decorrer do jogo), Raúl Jiménez aproveitou um corte incompleto da defensiva minhota para rematar de primeira e fazer o 1-0.

Vantagem no marcador, estaria colocada de lado a pressão que tem recentemente envolvido o Benfica? Não, pelo contrário. Desde que chegou ao golo que a equipa de Rui Vitória não conseguiu mais ter controlo sobre as despesas do encontro. Com a queda de rendimento da equipa da casa, foi o SC Braga a crescer em campo e a dar uma resposta positiva ao golo consentido. À passagem da meia hora de jogo, a turma de Abel Ferreira apresentava um futebol com dinâmica ofensiva e posse de bola construída no meio-campo adversário. Nessa fase, foram as infrações que começaram a pautar as incidências, com o Benfica a utilizar a falta como principal recurso para travar as investidas minhotas.

Foi com uma senda ofensiva que os bracarenses partiram para os balneários, com os principais avisos a chegarem nos minutos finais da primeira parte. O Benfica partia rápido para o ataque, através da velocidade, o que levava a várias perdas de bola na zona de meio-campo, mas o SC Braga era infeliz no momento da decisão no último terço do terreno, fruto também da estratégia das ‘águias’ em colocarem constantemente os avançados adversários em fora de jogo.

Segunda a parte a começar e a prosseguir nos contornos dos primeiros 45'

15 minutos de descanso bastaram para o Benfica começar o segundo tempo outra vez por cima do encontro, com maior controlo na posse de bola, a imprimir velocidade na chegada ao último terço do terreno. Porém, com o passar dos minutos, tal como já tinha acontecido, o SC Braga respondeu e com perigo à mistura. Dois lances, perto dos 65 minutos, um remate de Hassan com recarga de Xadas e outro disparo de Hassan, serviram de aviso para o que estaria por chegar. Aos 68 minutos, num pontapé de canto (lembra-se o que foi dito acima sobre as bolas paradas?), os arsenalistas conseguiram a igualdade no marcador, por intermédio de Ricardo Ferreira, que deixou Jardel para trás na área do Benfica e cabeceou para o fundo das redes de Júlio César.

O Benfica viu-se, assim, com a perspetiva de estar mais um jogo sem ganhar e as nuvens começaram a pairar sobre o Estádio da Luz. O empate levou a um período de maior vivacidade no encontro. A equipa de Rui Vitória voltou “à carga” e assumiu maior pendor ofensivo na reta final do jogo. O timoneiro dos encarnados aproveitou para lançar Jonas em campo, com o avançado brasileiro a ser a principal “cartada” do técnico para a tentativa de dar uma alegria aos adeptos do clube. Ainda assim, as últimas investidas não causaram real perigo para André Moreira, salvo um remate do próprio avançado brasileiro já no tempo de compensação, mas o guardião bracarenses respondeu à letra e segurou o ponto para a turma que viajou do Minho.

Quanto à arbitragem, Bruno Esteves manteve um critério assertivo relativamente às incidências do encontro, mas pecou em deixar algumas infrações e amarelos por mostrar para ambos os lados. Terminado o encontro, fica a ansiedade no momento da decisão e as dificuldades em controlar o jogo da parte do Benfica. A nível individual, visto que o encontro promoveu várias alterações em ambos os onzes, merece destaque a exibição de Krovinovic, que deu uma resposta positiva a Rui Vitória e mostrou que será opção de futuro, assim como Gabriel Barbosa, embora o brasileiro ainda demonstre falta de entrosamento com os colegas. No capítulo negativo esteve, maioritariamente, Filipe Augusto, que pecou em certos momentos defensivamente e não pode ser a principal opção do Benfica na construção de jogo. Do lado do SC Braga, Xadas, João Carlos Teixeira e Hassan – como têm vindo a habituar – tiveram nota positiva e mostraram qualidade no relvado da Luz.