Rául Jiménez voltou a ser decisivo no regresso à titularidade, com o golo apontado contra o SC Braga na quarta-feira e coloca a dúvida se a opção de Rui Vitória para a frente de ataque diante do FC Paços de Ferreira deve passar pelo mexicano ou por Seferovic. A carreira de Jiménez no Benfica tem sido pautada pelo estatuto de suplente, ao que o jogador tem respondido com remates certeiros em jogos decisivos para o clube. Com a próxima jornada da Liga no sábado, em pleno Estádio da Luz, e o Benfica sob brasas, o treinador dos encarnados terá que optar pela irreverência de Jiménez ou pela continuidade da aposta em Seferovic (tem sido o titular no início de época), sendo a última a opção mais aceitável na ótica de antigos jogadores do clube, questionados pelo Bancada.

“O Benfica começou muito bem com o Jonas e o Seferovic, penso que a aposta na continuidade será o ideal”, começou por referir César Brito ao Bancada. O antigo jogador das ‘águias’ salientou ainda a qualidade dos homens que Rui Vitória tem disponíveis para a frente de ataque. “São todos bons jogadores. O Jonas e o Seferovic têm feito uma grande dupla, o Jiménez marcou na quarta-feira. Qualquer um deles é opção válida para o que aí vem.”

Álvaro Magalhães corrobora a tese de César Brito quando à opção de Rui Vitória para o encontro de sábado. “Acredito que o Rui Vitória não vá deixar o Seferovic no banco, tanto que optou por deixá-lo de fora para recuperar [contra o SC Braga], pois tem sido titular desde o início de época. O Jonas e o Seferovic já jogaram juntos, já marcaram golos”, vincou o antigo jogador ao Bancada.

Não obstante estas observações de ex-jogadores que passaram pelos encarnados na carreira, os números de Jiménez quando tem o estatuto de titular falam por si próprio: nos 25 encontros que já realizou de início nos encarnados, o avançado mexicano apontou 15 golos, com um bis pelo meio, o que faz com que tenha ficado em branco em onze dessas partidas. Porém, os números recentes são aqueles que mais impressionam. Nos últimos 12 compromissos em que foi escolha inicial de Rui Vitória, Jiménez apontou onze golos, tendo ficado em branco somente frente ao Moreirense.

Ainda assim, Jiménez tem sido utilizado maioritariamente como suplente utilizado, a entrar já no decorrer dos jogos. Assim o apontou Álvaro Magalhães, que salientou a aposta de Rui Vitória no jogador mexicano como opção face às vicissitudes das partidas. “Ter alguém no banco com qualidade. O Jiménez um jogador que, se calhar devia jogar mais vezes a titular, até para o motivar, mas aquilo que o treinador tem feito é colocá-lo no banco e chamá-lo quando a equipa está com algumas dificuldades, para mudar um pouco a equipa. O Jiménez não tem sido um jogador titular do Benfica, às vezes joga de início, mas não é um titular certo, portanto há ali sempre dúvidas se joga ou não. É um jogador muito inconstante.”

No que diz respeito ao caráter decisivo dos golos que marca, o mexicano tem dividido as despesas entre os jogos a titular e aqueles em que alinha como suplente utilizado. Saltam à memória os golos que apontou frente ao Vitória de Guimarães na Supertaça Cândido de Oliveira e na final da Taça de Portugal de 2016/17. No encontro desta temporada entrou no decorrer do jogo e no da época passada foi opção inicial do treinador do Benfica. O jogador mexicano tem sido particularmente feliz em Vila do Conde, onde nas duas temporadas anteriores deu vitórias pela margem mínima ao Benfica, decisivas nas contas do título, numa delas saído do banco e noutra a jogar de início.

Porém, do outro lado encontra-se Haris Seferovic, que na primeira época no Benfica tem tido um arranque alvo de destaque, pela veia finalizadora demonstrada. Em oito encontros disputados de águia ao peito, o avançado suíço soma cinco golos apontados, sendo que marcou nos primeiros quatro jogos oficiais que fez pelo emblema da Luz. O internacional helvético foi titular em todas as partidas que realizou esta época e depois de um início goleador, apenas por uma vez fez balançar as redes adversárias nos últimos quatro encontros.

Ainda assim, Seferovic tem vindo a formar uma dupla com Jonas que se mostrou proveitosa de início e que, não obstante o facto de o suíço não estar a marcar tanto como nos primeiros jogos, tem beneficiado a veia goleadora do brasileiro. Daí que César Brito aponte a continuidade como a fórmula que mais garantias irá dar a Rui Vitória. “O Benfica está a atravessar um momento difícil, mas começou bem o campeonato, a jogar bem e a fazer golos, pelo que não há que mudar muito. Estes jogadores precisam é de ritmo e competição para ganharem confiança. A opção pela continuidade será o mais indicado”, referiu o antigo jogador do clube ao Bancada.

Quanto à parceria entre Jiménez e Jonas, em jogos que tenham contando com ambos os jogadores como titulares, 16 precisamente, o mexicano apontou sete golos, mas foi o brasileiro quem mais beneficiou da dupla. Jonas conta dez golos apontados com Jiménez como parceiro de ataque no onze inicial dos encarnados.

Os dados estão lançados e é Rui Vitória quem tem a última palavra na escolha de ataque para a receção ao Paços de Ferreira. Com o Benfica a ser colocado em causa, pela série de três jogos consecutivos sem vencer, o treinador dos encarnados terá que escolher entre a continuidade de Seferovic e a irreverência de Jiménez para a complementar Jonas na frente ofensiva das ‘águias’.