Portugal
Insistir, persistir e ser feliz
2018-02-12 23:00:00
O Estoril Praia foi ao terreno do Moreirense vencer por 2-1 na última partida da 22ª jornada da Liga

Nunca desistir. É um clichê, mas adequa-se na perfeição ao jogo do Estoril Praia na noite desta segunda-feira. Contra o Moreirense, os canarinhos estiveram a perder até aos 72', mas conseguiram dar a volta com três ingredientes muito bem misturados: sorte, paciência e crença. O Estoril Praia saiu da zona de despromoção e o Moreirense, que fez um jogo inteligente e só não ganhou porque foi incapaz de 'matar' o jogo na altura certa.

A partida abriu praticamente com o golo do Moreirense, quando Rúben Lima tirou as medidas exatas ao cruzamento e serviu Tozé no lado direito da área e o camisola 20, de primeira, não falhou e concretizou com sucesso uma jogada de belo efeito. A reação do Estoril Praia fez-se sentir na posse de bola, numa medida bastante pertinente por intermédio dos minhotos. Sabendo que o Estoril Praia é melhor com a bola nos pés que o Moreirense, o conjunto de Sérgio Vieira entregou a posse ao adversário quase na totalidade e, por sua vez, apostava quase na totalidade nas transições rápidas. Isto porque é conhecido que a formação do concelho de Cascais ataca com muitos elementos (principalmente quando se encontra a perder), abrindo espaços na defesa, e o Moreirense tinha vários jogadores rápidos e prontos para o contra-ataque, como Bilel, Arsénio ou Tozé.

A estratégia esteve muito perto de resultar em cheio e de dar frutos à passagem da meia hora. Edno viu Arsénio desmarcado, assistiu o companheiro mas o extremo, sozinho perante Renan, rematou ao lado. A bola ainda passou perto do poste, mas o 2-0 não aconteceu. O Estoril Praia continuou com muito mais posse de bola até ao intervalo, mas o maior perigo que criou foi um remate forte de Eduardo para defesa de Jhonatan.

Na segunda parte, a mesma história: Estoril Praia por cima, com mais bola e a rematar de longe (Ewandro colocou à prova a atenção de Jhonatan aos 50'), mas quem ameaçava mais era o Moreirense, muito mais letal nas abordagens à área adversária. Numa delas aconteceu o momento mais importante do jogo. Estávamos nos 53' e Kyriakou fez falta sobre Arsénio para pontapé de penálti. Chamado a converter, Ângelo Neto acertou em cheio no poste, não conseguindo o 2-0 que mudaria tudo o que se passou desde esse momento até ao apito final.

Mas essa não foi a única oportunidade que o Moreirense teve para aumentar a vantagem. Aos 65', o mesmo Ângelo Neto apareceu em excelente posição depois de uma boa jogada de entendimento na direita e rematou mas viu o golo ser impedido por Dankler. O Estoril Praia, que continuava a fazer tudo para conseguir criar perigo mas não estava a conseguir, foi bafejado pela sorte pouco depois. Allano, recém-entrado, tentou o cruzamento para os colegas a partir da esquerda mas a bola desviou em Sagna e acabou por passar por cima de Jhonatan, parando apenas no fundo das redes. O empate estava reestabelecido por dois motivos: falta de capacidade de marcar o segundo por parte do Moreirense e alguma fortuna por parte do Estoril Praia.

A partir daí, podia cair para qualquer lado e acabou por ser para a equipa visitante. A cerca de dez minutos dos 90', o árbitro considerou que Peña cometeu falta sobre Lucas Evangelista e assinalou pontapé de penálti para o Estoril Praia. Eduardo não imitou Ângelo Neto e marcou mesmo golo, completando a reviravolta e assegurando a terceira vitória consecutiva para uma equipa em franca recuperação e que já atingiu o 14º posto da tabela classificativa, enviando o Moreirense para o 17º lugar.