Carlos Vieira, ex-vice e administrador da Sporting SAD, revela que "houve mentiras e um ataque ao poder no Sporting" mas diz que nem quer acreditar que tenha sido uma "golpada", como chegou a falar Augusto Inácio.

"Tive cinco anos no Sporting. Tive momentos fantásticos e momentos menos fantásticos. Falar em golpadas... eu não sou e... um grande problema da cabeça das pessoas que normalmente lideram projetos é entrar no campo das teorias da conspiração", enquadrou Carlos Vieira.

O ex-dirigente nota que acabaram por se reunir "um conjunto de fatores que prejudicaram os órgãos sociais e a direção do Sporting"-

Em declarações à rádio 'Observador', Carlos Vieira acredita que "mentiram a pessoas que estavam nos órgãos sociais do Sporting, nomeadamente na Mesa da Assembleia-Geral, o seu presidente".

"Podem ter dado informação que não era factual mas que vinha de pessoas alegamente credíveis. Houve um ataque ao poder, uma oportunidade e uma altura em que os media pegaram numa pessoa, o presidente da direção do Sporting, e muitos deles tiveram prazer em massacrar em termos mediáticos".

Carlos Vieira sublinha que "isto é histórico". "Quando alguém quer atacar o poder, fá-lo. Golpada ou se há alguma ilegalidade acho que é lamentavel. Bati-me por isso e fui testemunha porque estive até à última hora a trabalhar com as pessoas e nunca assisti a nada".

O ex-vice leonino mostra-se ainda satisfeito pelo facto de o Ministério Público ter pedido a absolvição de Bruno de Carvalho.

"Até ao lavar dos cestos é vindima mas espero que fiquem assim. Mas não está nada encerrado".

À rádio 'Observador', Carlos Vieira destaca também que a direção de que fez parte conseguiu triunfos na gestão do Sporting.

"Numa primeira altura, diziam que eram loucos. E depois já estávamos a gerir um clube de uma dimensão recuperada", referiu, notando que "há muita política ao barulho".

Relativamente às transferências de Bruno Fernandes (que rumou ao Manchester United) e Rúben Amorim (que chegou a Alvalade desde o SC Braga), numa altura em que não foi paga a primeira parte do valor do passe do técnico, Carlos Vieira diz que os atos de gestão são "legítimos" desde que "num quadro de boa fé" e de "transparência". 

Ainda assim, o antigo dirigente diz ser "importante dialogar com os parceiros".

Carlos Vieira aproveitou ainda para dizer que "numa situação de crise" percebe "que se tomem algumas decisões".

"Tenho sido cauteloso nas minhas afirmações. Há uma situação de crise, há notícias que vou lendo de clubes que não pagam ao Sporting. Há um conjunto de circunstâncias que são algumas delas confirmadas pelo Sporting. A questão do Bruno Fernandes não ouvi uma confirmação oficial do Sporting."