Portugal
“Há uma grande bipolarização no campeonato português, o que não me agrada nada”
2020-05-12 17:55:00
Luís Castro destaca que deve haver mudança de alguns comportamentos em Portugal

Luís Castro, técnico do Shakhtar Donetsk, concedeu uma entrevista ao canal A Bola TV e analisou o futuro do futebol português após a pandemia da covid-19.

Para o treinador de 58 anos, a competividade da I Liga “poderá não ser tão diferente como é hoje” e que o domínio por parte dos clubes mais poderosos se irá manter, o que, na ótica de Luís Castro, não é positivo para a evolução do campeonato.

“Vamos notar que as equipas portuguesas vão continuar a ter uma grande bipolarização no campeonato, o que não agrada nada. Os mais fortes irão continuar fortes”, afirmou Luís Castro.

Ao mesmo tempo, o técnico português considera que os três grandes, fruto da sua “força social”, vão ter menos problemas em lidar com as consequências do novo coronavírus.

Durante a entrevista, Luís Castro fez uma reflexão sobre o futebol português e destaca que deve haver mudança de alguns comportamentos, dando um exemplo sobre como os intervenientes em Portugal se comportam.

“Andar a dizer constantemente que somos os melhores é uma forma de desrespeitar os outros. Mesmo aqueles que sintam que são melhores, acho que uma forma de nós estarmos é melhor deixarmos que os outros digam. Temos a consciência de que não estamos ao mesmo nível e se temos a melhor, devemos ter ainda mais respeito”, destacou.

Como tal, Luís Castro apela aos jogadores, treinadores e dirigentes do futebol português que sejam “verdadeiros” na análise, o que iria evitar “muita discussão”, acrescentando que “estamos sempre a tempo para melhorar a nossa profissão”.

Devido ao surto da covid-19, o futebol foi interrompido ou cancelado em praticamente toda a Europa.

Explicando que ninguém estava preparado para enfrentar esta pandemia, Luís Castro pensa que se consegue viver sem o futebol, apesar de deixar um reparo.

“A vida obriga-nos a algumas coisas que nos atingem de forma inesperada e a ausência do futebol é uma delas. Claro que esta pandemia mostrou que sabemos viver sem o futebol, mas a maioria das pessoas vive mal sem ele”, concluiu.