Um dia depois do regresso da I Liga, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, voltou a apelar a um comportamento responsável no futebol, depois de algumas manifestações de apoio que tiveram de ser travadas com uma intervenção das autoridades.

“Todos conhecem o parecer e as orientações da Direção-Geral da Saúde, que são no sentido de evitar aglomerados e de manter a segurança máxima, para prevenir o contágio”, avisou Graça Freitas, durante a conferência de imprensa de divulgação do boletim epidemiológico, nesta quinta-feira.

Questionada sobre a ação da claque Super Dragões, prevista para Famalicão mas que foi travada pela PSP, a responsável pede "responsabilidade" e alerta para os riscos, que “afetam os próprios”, que se “expõem”, bem como terceiros, “todas outras pessoas presentes” nessas ações onde há aglomerados.

"Apelo à responsabilidade das pessoas, para não se exporem ao risco e não exporem terceiros", disse ainda Graça Freitas, lembrando que “a fiscalização não compete à Direção-Geral da Saúde nem ao Ministério da Saúde”.

A diretora-geral da Saúde já tinha respondido a uma carta aberta que lhe fora enviada pelos Super Dragões, onde se pediam esclarecimentos sobre a deslocação da claque a Famalicão.

E depois de conhecida a intenção dos Super Dragões apoiarem o FC Porto a partir do exterior do estádio, a Polícia de Segurança Pública definiu um plano para evitar riscos: criou um perímetro em redor do Estádio do Famalicão, de cerca de 100 metros, sendo que o grupo organizado de adeptos do FC Porto não teve permissão para entrar no mesmo.

“Apelamos à responsabilidade e ao cumprimento das instruções sanitárias. Será um esforço global para prevenir a propagação do vírus e devemos garantir o distanciamento social por parte dos adeptos. Solicitamos a colaboração de todos os intervenientes. O comportamento de todos será fundamental para o que resta do campeonato”, referiu o superintendente da PSP Luís Elias, em conferência de imprensa.

Portugal tem hoje 1455 mortes relacionadas com a covid-19, mais oito do que na quarta-feira, e 33 592 infetados, mais 331 do que ontem. A maioria dos casos de novas infeções foi registada na região de Lisboa e Vale do Tejo.