Rui Gomes da Silva, assumido opositor interno de Luís Filipe Vieira, exigiu "uma explicação" sobre o negócio de Chiquinho, contratado por 600 mil euros para ser cedido a custo zero e agora, alegamente, recomprado por 4,5 milhões de euros.

Os contornos da operação, que envolve o Moreirense, fizeram ainda o ex-dirigente encarnado questionar o negócio de Alfa Semedo, contratado por 2,5 milhões após ter sido cedido a custo zero... ao clube de Moreira de Cónegos.

"Há cerca de um ano, a Académica comprou Chiquinho ao NK Locomotiva da Croácia, por 150 mil euros, para em maio vender (80 por cento do passe, dizem) ao Benfica... por 600 mil euros. Deve haver uma explicação", escreveu, no artigo semanal para o blogue Novo Geração.

Dois meses após essa aquisição, Chiquinho "foi anunciado no Moreirense, por cinco temporadas, a custo zero".

"Deve haver uma explicação...", repetiu.

Questões semelhantes às que foram levantadas com as operações em torno de Alfa Semedo, também envolvendo o Moreirense.

"Um mês antes, o Benfica tinha contratado Alfa Semedo ao Moreirense, por 2,5 milhões de euros, cedido, um ano antes, a custo zero e com 50 por cento do passe oferecido... ao mesmo Moreirense", salientou Rui Gomes da Silva, insistindo que "deve haver uma explicação".

"Esta semana, foi anunciado o interesse do Benfica em ter o Chiquinho de volta... pagando ao Moreirense 4,5 milhões de euros para cobrir - dizem - o valor oferecido pelo Kosnodar, da Rússia. Deve haver uma explicação", reiterou.

O antigo aliado de Vieira quer ainda saber "quem decidiu o quê", uma vez que as indicações dos principais responsáveis pelo futebol do Benfica parecem ter sido 'ignoradas'.

"E nós a julgarmos que o Chiquinho tinha sido dispensado com base nos pareceres do treinador e do diretor desportivo, que o Alfa Semedo tinha sido recomprado com base nos pareceres do treinador e do diretor desportivo e que o Chiquinho tinha sido cedido com base nos pareceres do treinador e do diretor desportivo", salientou.

"Ainda assim - digo eu - deve haver uma explicação", concluiu Rui Gomes da Silva.