O GD Chaves venceu esta sexta-feira à noite o Vitória de Guimarães por 4-3 num jogo frenético decidido com um penálti aos 90+6' convertido por Pedro Tiba depois de Tiago Martins ter recorrido ao vídeo-árbitro e ter assinalado, corretamente, a infração, no caso o braço na bola de Kiko em plena grande área. Com este triunfo, a equipa liderada por Luís Castro ultrapassou o adversário direto na classificação e fez história completando oito jogos consecutivos sem conhecer o sabor da derrota, feito único dos transmontanos na Liga, enquanto o conjunto de Pedro Martins somou a quarta derrota seguida no campeonato, algo que o treinador nunca havia vivido na cidade berço.
Independentemente dos factos históricos, os dois técnicos têm motivos para sorrir face à produção evidenciada pelas respetivas equipas, que proporcionaram um dos melhores jogos da Liga 2017/18. Não será agradável para um treinador sentir a determinada altura que não tem o controlo da equipa em termos táticos face às incidências do desafio, mas foi o que sucedeu em Chaves, tal a intensidade, a mobilidade e o virtuosismo evidenciado pelos dois conjuntos, com Hurtado e Raphinha em grande nos vimaranenses, e Paulinho e Davidson a nível idêntico nos flavienses.
A equipa da casa surgiu disposta no habitual 4x3x3 com William na frente de ataque em detrimento de Platiny, ao passo que o Vitória de Guimarães iniciou o desafio assente num 4x2x3x1. Tallo era o homem mais adiantado com o trio composto por Heldon, Hurtado e Raphinha nas costas.
O jogo começou de tal modo frenético que nos dois primeiros minutos Bressan e Heldon desperdiçaram duas excelentes oportunidades para marcar. Foi apenas o prenúncio do que viria a seguir. Dez minutos bastaram para Hurtado colocar os vimaranenses na frente na sequência de um passe de excelência de Raphinha. O extremo brasileiro começou o jogo de forma estonteante e aos 16 minutos seria ele a aumentar para 2-0 não perdoando na cara de António Filipe após passe primoroso de Francisco Ramos.
O Vitória de Guimarães ganhou vantagem importante, mas bem poderia ter sido o GD Chaves, pois o jogo disputava-se num ritmo alucinante de "bola cá, bola lá". No fundo, era a classe de Raphinha que fazia a diferença nesta fase do encontro.
Aos 35 minutos, Tiago Martins assinalou penálti por considerar que houve derrube de Francisco Ramos a William já dentro da grande área, mas o lance deixa muitas dúvidas. Seja como for, o árbitro apontou para a marca de penalidade e Pedro Tiba não perdoou, reduzindo a desvantagem. Que durou apenas mais três minutos, pois Davidson respondeu da melhor forma a um cruzamento do capitão flaviense e atirou a contar. Estava feito o empate.
Com apenas sete minutos por jogar na primeira parte, o jogo conheceu ainda mais dois golos, o que dá para perceber do ritmo alucinante a que se jogava. Tallo voltou a colocar o conjunto de Pedro Martins na dianteira do marcador e mesmo ao finalizar dos primeiros 45 minutos Davidson bisou e igualou o encontro a três golos.
O segundo tempo começou da mesma forma que terminou o primeiro. Com uma pequena grande diferença. Sem golos. Só a partir dos 70 minutos é que as equipas abrandaram o ritmo. Até o GD Chaves que gosta de ser dominador em casa cedeu por momentos o comando do desafio ao Vitória de Guimarães. Mas depois da avalancha de golos da primeira parte, o resultado teimou em não se alterar. E foi já nos minutos de compensação que o desafio acabou por ser decidido debaixo de uma enorme carga de dramatismo. O jovem Kiko, que havia substituído Francisco Ramos por uma questão de precaução de Pedro Martins em virtude de o médio já ter visto o cartão amarelo, cometeu a imprudência de jogar a bola com o braço em plena grande área, após cruzamento de Paulinho, e Tiago Martins, depois de consultar o vídeo-árbitro decidiu-se, bem, pela marcação de penálti. Estávamos já no sexto minuto de compensação quando Pedro Tiba não vacilou e, como verdadeiro capitão, conduziu o GD Chaves ao importante triunfo, quebrando os 27 anos de jejum de triunfos frente ao Vitória de Guimarães em Trás-os-Montes.
