Em resposta às declarações de Luís Filipe Vieira, que o avisou que, caso colocasse o Benfica à frente do Sporting, não duraria muito tempo na presidência do clube de Alvalade, Frederico Varandas ironizou e afirmou estar "sensibilizado com a preocupação" do homólogo encarnado. O líder verde e branco deixou promessas a Vieira, garantindo um Sporting "implacável" em três lutas.

"Fiquei sensibilizado com a preocupação da longevidade do meu mandato e quero retribuir ao dr. Vieira que pode contar com um Sporting a lutar pela verdade desportiva, a lutar por uma valorização do futebol português e pode contar com um Sporting implacável na luta à corrupção. Compreendo que, se calhar, tivesse ficar incomodado, mas eu não vivo a pensar nem no Benfica ou em qualquer outro rival, eu penso no futebol português. Se numa entrevista me perguntarem o que é que eu acho do caso E-Toupeira, tenho de dizer que é uma vergonha. Se me perguntarem 20 vezes o que é que eu acho do caso E-Toupeira, direi 20 vezes que é uma vergonha", disse Varandas aos jornalistas presentes no Aeroporto de Lisboa, onde os leões iam embarcar para a visita ao terreno do Santa Clara (domingo, 17h30).

Frederico Varandas falou ainda do próximo treinador do Sporting, ainda que não tenha dado qualquer pista. O presidente leonino explicou que o próximo dono do cargo detido provisoriamente por Tiago Fernandes já "está escolhido e está tudo acertado com ele". "Quero realçar como hoje se trabalha bem no Sporting. Em cerca de 48 horas vi mais de 15 nomes na imprensa e nenhum desses será o futuro treinador do Sporting. De todos esses nomes, há um em que houve interesse real - Leonardo Jardim. Como sabem, Leonardo Jardim é meu amigo pessoal mas nunca foi opção porque ele e a sua família não querem regressar a Portugal a curto prazo. Todos os outros nomes merecem todo o respeito mas nunca foram contactados pelo Sporting. Não é verdade que tenha havido uma nega ou que algum tenha pedido muito salário. Nada saiu sobre o futuro treinador do Sporting, mas está escolhido e está tudo acertado com ele. Não vos posso dizer quem é porque falta acertar a rescisão com o clube com quem está a trabalhar", frisou.

Em relação a José Peseiro, Frederico Varandas explicou como tudo aconteceu e respondeu ainda a Carlos Dinis, vice-presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol que criticou a decisão. "Não serei deselegante em relação a José Peseiro e jamais me vão ouvir a criticar um jogador ou treinador na praça pública. Não é verdade que José Peseiro tenha sido despedido às 2 ou 3 da manhã por Hugo Viana ou por Beto. Cerca de uma hora depois do jogo terminar, falei com o Hugo Viana para falar com o treinador para reunir comigo no dia seguinte às 10 da manhã na SAD. Assim foi. Entendi que o melhor para o Sporting era José Peseiro não continuar como treinador. Não vou divulgar o conteúdo da reunião. José Peseiro é um bom homem, merece todo o respeito e tenho a certeza que fez o melhor que conseguiu, mas a decisão é minha. Esta é a verdade da história e tanto é a verdade que quando estávamos a acertar a rescisão do contrato o departamento jurídico ligou-me porque José Peseiro estava incomodado com uma cláusula de confidencialidade que o Sporting exigia, que era uma prática corrente. Eu disse que, obviamente, não há cláusulas de confidencialidade algumas, o Sporting não paga para silenciar ninguém. Gosto da liberdade. Estranho, porém, algumas pessoas incomodadas com a justiça ou a injustiça da rescisão de José Peseiro, tal como o vice-presidente da Associação Nacional de Treinadores. Estranho porque nas últimas cinco épocas desportivas José Peseiro não completou uma época completa num clube e não vi esse senhor vir falar", lembrou.