Portugal
Frederico Varandas: "Acredito num Sporting sem notáveis e sem 'sportingados'"
2018-05-24 12:25:00
O médico (à direita na foto) entrou no clube de Alvalade em 2011

Depois de anunciar a demissão do cargo de diretor clínico do Sporting e de assumir uma liderança de uma "solução de direção" para o Sporting, Frederico Varandas já explicou a sua decisão e reforçou a candidatura à presidência. "Se houver eleições, serei candidato", disse Frederico Varandas, de 38 anos, à 'Lusa', passando depois a apontar uma crítica a Bruno de Carvalho, atual presidente que criou uma lista de 'sportingados'.

"Acredito num Sporting sem notáveis e ilustres, mas também sem 'sportingados'. Sportinguistas, ponto final. Nem de primeira, nem de segunda. Conheço a estrutura do Sporting como a palma das minhas mãos. Sempre gostei muito de futebol. Adoro desporto. Sinto, sinceramente, que sou a pessoa capaz de levar o barco adiante", disse Frederico Varandas em declarações ao jornal 'O Jogo'.

À mesma publicação, o médico explicou os motivos pelos quais se demitiu. "O Sporting é um clube do qual os sócios têm orgulho, é um clube especial. Para além dos resultados desportivos, história, assenta em valores de transparência e dignidade. Senti uma degradação destes valores. Essa é a razão para me demitir, não podia continuar numa estrutura que caminha para os valores opostos."

Mais tarde, à 'Sport TV', Frederico Varandas afirmou que o Sporting é um clube perto da "guerra civil". "As razões [da demissão] são simples e claras. Sinto que chegou a um ponto em que não me sinto confortável nem posso fazer parte de uma estrutura responsável por uma degradação dos valores do Sporting. Sinto que o Sporting é um clube quase em guerra civil. Há um corte entre os profissionais e os adeptos. No último jogo, em pleno Jamor, assisti a um corte entre os próprios adeptos. Há que recuperar a dignidade do clube e já não tenho condições para fazer parte."

O antigo médico dos leões voltou a frisar que se vai candidatar em caso de eleições e abordou a eventual tentativa de rescisão dos contratos por parte dos jogadores da equipa principal. "Neste momento não há eleições marcadas. O que eu peço é que se dê voz aos sócios. Se eles, nós, entenderem que o caminho é eleições, então sim [candidado-me]. Caso haja alguma coisa [em relação a rescisões], a única pessoa que pode reverter isso sou eu", garantiu.

Varandas deixou ainda uma mensagem de paz para dentro do clube. "Sou uma pessoa que gosta muito do Sporting, é o meu lado irracional, mas não há na vida que eu faça sem ter os pés assentes na Terra. Tenho a certeza que consigo tratar o Sporting, que está doente, e depois reabilitá-lo e torná-lo mais forte. É isso que eu sei que consigo fazer. Não vale a pena olhar para adversários enquanto os nossos soldados lutam entre eles. Tem de haver paz, criar estabilidade no clube, agregar os sportinguistas e depois, sim, ir à luta."