Dois antigos capitães do FC Porto, Jorge Costa e Vítor Baía, explicaram como decidiram quem iria usar a braçadeira em campo na época de 2002/03.
O guarda-redes era o capitão da formação orientada por José Mourinho, que tinha assumido o banco portista em janeiro, quando Jorge Costa regressou do 'exílio' no Charlton, após uma desavença com o treinador Otávio Machado.
Na primeira reunião do plantel para a nova época, José Mourinho anunciou a votação para escolher o capitão, adiantando logo que a escolha seria entre Vítor Baía e Jorge Costa.
"Fiquei assustadíssimo", revelou o antigo guarda-redes, no 'FC Porto em casa', transmitido pelos dragões nas redes sociais.
Os jogadores "iriam ter que decidir entre dois pesos pesados do balneário", sendo imprevisível "o que isso poderia acarretar" quer para o escolhido, quer para o preterido.
Vítor Baía, que terminara a época anterior com a braçadeira, pediu a Mourinho para falar.
"Disse que o meu capitão era o Jorge, que não tinha a necessidade de ter a braçadeira. Tinha consciência que o Jorge conseguia estar no campo todo, eu tinha de estar ali na baliza", sustentou.
A declaração do antigo guarda-redes foi "um alívio para os jovens que tinham acabado de chegar" ao FC Porto, "lívidos de medo" pelo peso da decisão.
"O Vítor demonstrou o grande portista que é", realçou Jorge Costa, o outro convidado do 'FC Porto em casa'.
O antigo central lembrou várias conquistas do FC Porto, como a Liga dos Campeões e a Taça UEFA, para realçar que "deve ser caso único" um clube ter "duas pessoas a levantar a taça".
O tema serviu ainda para Vítor Baía lembrar a situação que o Benfica enfrentou, nessa mesma semana, também por causa da braçadeira de capitão.
"O nosso rival estava em guerra interna, que até envolvia jornais, entre o Simão Sabrosa ou o Hélder Cristóvão. Ainda bem que nós tivemos o bom senso de não deixar que isto acontecesse", concluiu.