Portugal
Festival do desperdício e da insegurança foi salvo por Raphinha
2018-01-21 23:00:00
O Vitória de Guimarães ganhou, mas não convenceu totalmente, e o Estoril fez aquilo que podia com menos um em campo.

O Vitória de Guimarães protagonizou, neste domingo, um autêntico festival do desperdício, em pleno D. Afonso Henriques, municiado por uma insegurança nítida no processo defensivo e no controlo da posse de bola. Ainda assim, quem tem este Raphinha pode sempre encontrar a salvação mesmo nos momentos mais negativos. O brasileiro foi peça chave para o triunfo vimaranense sobre o Estoril Praia, por 3-1, com um golo marcado e uma assistência. Ainda assim, é a equipa de Linha que merece uma palavra de apreço por aquilo que exibiu no relvado, mesmo a jogar com dez desde os nove minutos.

Antes do momento da expulsão precoce de Abner, o jogo começou com as duas equipas descomplexadas no relvado, ambas a tentarem conseguir tomar o controlo da partida e ter o maior volume de movimentação ofensiva. Após essa precisa fase, em que Vitória e Estoril apareciam, a espaços, no meio-campo adversário, chegou o momento mais crucial para o desfecho deste duelo. Abner travou Heldon em falta, numa zona lateral à entrada da área do Estoril, e viu o vermelho direto, decisão de Jorge Sousa que aparentou ser um pouco rígida demais, tendo em conta que o atacante vimaranense não estava numa posição central e outros defesas do Estoril começavam a aproximar-se da área.  

VAR como protagonista e o golo que finalmente chegou

Aos 11 minutos, pouco depois da expulsão de Abner, os jogadores do Vitória ficaram a queixar-se de uma mão na bola de Eduardo (jogador em principal destaque nos canarinhos, com vários remates) na área do Estoril. O árbitro mandou jogar, mesmo após consultar o vídeo-árbitro, mais uma decisão que pode ser contestada. Ainda assim, o Vitória conseguiu chegar ao golo, aos 20 minutos de jogo, com o VAR a estar novamente no centro das atenções. Após um cruzamento de Raphinha (a começar o recital…), Hurtado surgiu na área do Estoril a cabecear para o golo… que foi primeiramente anulado por fora de jogo, mas validado após consulta da tecnologia.

A turma de Pedro Martins pressionava cada vez mais o Estoril, ainda no primeiro tempo, mas pecava sempre no último terço do terreno fosse no momento da decisão ou na finalização. Como consequência disso mesmo, lá chegou a famosa expressão de ‘quem não marca, sofre’. Foi exatamente isso que aconteceu. O Vitória teve oportunidades para aumentar a vantagem, não o conseguiu, e sofreu a igualdade mesmo antes do intervalo. Eduardo rematou ao ferro da baliza de Douglas, na cobrança de um livre direto, e André Claro foi o mais rápido na antecipação e, na recarga, rematou para o fundo das redes. O Estoril estava com menos um em campo, mas nem sempre isso se notava…

Entrar a pressionar, sofrer pelo meio, e terminar a festejar

O segundo tempo começou com um Vitória pressionante e com outra energia daquela que tinha começado a primeira parte. Pedro Martins colocou mais um homem no ataque, ou seja, Rafael Martins, e foi precisamente o avançado brasileiro que assistiu Raphinha para o segundo golo, que teve lugar à passagem do minuto 48. Ainda assim, era notório de que os vimaranenses não estavam totalmente confortáveis dentro de campo e o Estoril começou a ganhar toada ofensiva e a conseguir vários remates frontais, fruto de falta de pressão da equipa da casa.

O momento menos positivo do Vitória era conhecido de todos, até pelo mal-estar gerado recentemente entre a massa adepta, bem visível esta noite no D. Afonso Henriques, e a equipa foi acusando essa mesma situação com o passar dos minutos. Não obstante o facto de estar com vantagem no resultado e numérica, o conjunto da cidade-berço era o que mais abanava na reta final do encontro e o Estoril tentou fazer a gracinha, mas não conseguiu tal façanha. No final, houve tempo para a redenção do Vitória com os adeptos, por intermédio do golo de Heldon, que fez o 3-1, já no tempo de compensação, fruto de uma jogada individual, dotada da capacidade técnica do cabo-verdiano.