Portugal
FC Porto bailou ao som de Lionel Ritchie, Jorge Palma e Paul Simon
2018-02-18 20:15:00
Alex Telles somou mais duas assistências para golo e Marega fez o 17º golo na Liga.

Jogo tornado "Easy" [fácil] – como canta Lionel Ritchie –, contra um Rio Ave "Frágil" – como canta Jorge Palma –, mas só possível graças a "Quality" [qualidade] – como canta Paul Simon – individual dos jogadores do FC Porto. O triunfo dos dragões, por 5-0, fez-se ao som destas três músicas, mas não se tome isto como uma desvalorização dos portistas. Já lá vamos. Já agora, Alex Telles é impressionante. Mas já lá vamos, também.

Repetimos: o parágrafo inicial não desvaloriza minimamente a vitória do FC Porto. Pelo contrário. É o maior elogio que se pode fazer aos jogadores portistas que, fruto da qualidade que têm, banalizaram ainda mais um Rio Ave que se banalizou a si próprio, num jogo parco em análises táticas, fruto da resolução tão rápida. Não foi preciso a potência dos avançados portistas, a criatividade de Brahimi, a necessidade de de ter muita gente em zonas de finalização ou sequer criar várias jogadas de perigo. Bastou ter um bom rematador como Sérgio Oliveira, um dos melhores do Mundo a bater bolas paradas (já dissemos que Telles é impressionante?) e uma ajudinha do Rio Ave.

Olá e... golo. 

Ainda mal os jogadores portistas - com Casillas no onze - tinham cumprimentado os adeptos e já os fãs celebravam, na bancada. Aos dois minutos, uma bola que sobrou à entrada da área do Rio Ave – cuja passividade foi penalizada – foi rematada, e bem rematada, por Sérgio Oliveira. Sem força. Apenas bem metida no cantinho. Fácil... para quem sabe torná-lo fácil.

O FC Porto pressionou bastante a primeira fase de construção do Rio Ave, que deixou bastante espaço entre a primeira linha de pressão e a linha defensiva e que não abdicou da saída no pé, desde trás (algumas bolas recuperadas pelos dragões em zonas adiantadas e no tal espaço aberto). Ainda assim, havia mais bola para o Rio Ave, que não conseguia verticalizar e ter bola em zonas de decisão. Do outro lado, há Telles. Uma novidade: o homem é impressionante. Mais uma bola tensa e teleguiada, num canto, e… golo. Boa cabeçada de Soares.

Um 2-0 tornado fácil, fruto da capacidade de Oliveira na meia distância e da capacidade rara de Telles nas bolas paradas. O Rio Ave continuava a ter mais bola, com os portistas a morderem os calcanhares dos criativos e a pararem jogadas com faltas suaves e úteis. Sempre confortável, os dragões iam, de quando em vez, explorando transições e profundidade. Não muito, mas o suficiente para Marega surgir pela esquerda, aos 35 minutos, e cruzar contra Marcelo, que fez autogolo. Mal o Rio Ave a defender, com Nélson Monte a não subir para o fora de jogo, algo que não é novo nesta equipa, nem sempre (um eufemismo) coordenada nesta matéria. "Frágil", já dizia Jorge Palma.

Morno. Morninho

Na segunda parte, com três “bolachas” no bolso do FC Porto, houve pouco futebol, com ascendente do Rio Ave, apenas a nível de posse de bola, mas sem grandes lances de qualidade de qualquer dos lados.

Aos 73 minutos, voltou o show Telles. Vamos dizer algo que ainda não dissemos: o homem é impressionante. Mais uma bola bem tensa e direitinha para a cabeça de Marega. E já cá faltava o golinho do maliano. Soares ainda marcou, aos 86 minutos, num lance confuso e validado pelo VAR, mas o mais importante estava feito: jogo fácil desde cedo, jogo tornado fácil desde cedo, vitória confortável e recuperar do 5-0 frente ao Liverpool com… um 5-0. Spot on.