Portugal
Estrangeiros no Mundial 2018: Portugal ainda longe das principais ligas
2017-11-19 18:30:00
Campeonato português está a crescer, mas pouco.

A Liga Portuguesa deverá dar cerca de 40 jogadores estrangeiros ao Mundial 2018, um número muito inferior às cinco principais ligas europeias. Esta é a conclusão de uma análise feita pelo Bancada, que conclui, ainda assim, que estes 40 jogadores constituem um aumento significativo relativamente ao Mundial 2014.

Vamos, desde já, aos dados detalhados.

São estes os jogadores que, segundo o critério identificado acima, têm, para já, legítimas intenções de estar presentes no Mundial 2018. Confirmando-se este cenário, o FC Porto, com nove jogadores, será o clube português que mais atletas estrangeiros dará à competição que se jogará na Rússia, no próximo verão. O Benfica surge no segundo lugar, com oito jogadores, seguido do Sporting, com cinco. No quarto lugar, para além de SC Braga e Vitória de Guimarães, surgem os surpreendentes Feirense e Boavista, com jogadores da Nigéria, Panamá e Perú.  

Neste lote de jogadores, há casos que entram no critério definido na análise, mas que não estão propriamente em posição privilegiada para estar nos 23 convocados dos seus países. São, por exemplo, os casos de Casillas – preterido por Lopetegui –, Quintero – não joga pela Colômbia desde 2015 –, Gabriel Barbosa – o seu rendimento atual dificilmente o levará à Rússia –, ou Mathieu – que jogou pela França apenas em jogos particulares.

Portugal está melhor, mas ainda longe dos melhores

Olhando para o panorama internacional, não há dúvidas de que a Liga Portuguesa ainda está um passo atrás das principais ligas europeias. Atente nos dados das restante ligas, recolhidos pela "Gazetta dello Sport".

O panorama geral parece negro, mas uma coisa é certa: como já dissemos no início, o Mundial 2018 trará, seguramente, um aumento no número de estrangeiros “portugueses” presentes na prova, comparando com a última edição. No Mundial 2014, foram 15 os representantes da Liga Portuguesa. A saber: Halliche, Slimani, Ghilas, Defour, Haghighi, Rojo, Garay, Enzo Pérez, Mangala, Fucile, Maxi Pereira, Quintero, Jackson Martínez, Reyes e Herrera.

Esta análise permite chegar a uma conclusão interessante. Os clubes mais modestos da Liga Portuguesa estão a conseguir atrair mais nomes fortes de seleções internacionais. Em 2014, apenas Halliche, da Académica, e Haghighi, do Marítimo, não eram dos três principais clubes. Para 2018, é justo considerar que Hassan, Stojilkovic, Hurtado, Ricardo Clarke, Nakajima, Etebo e Alampasu estão bem colocados no espectro das suas seleções.

As surpresas

Outros nomes existem que não encaixam no critério definido (internacionalizações nos últimos dois anos), mas que podem, numa análise subjetiva, ter possibilidades de chegar ao Mundial.

No FC Porto, há os casos de Marcano, Óliver, Felipe e Alex Telles que, nas equipas espanhola e brasileira, podem, mediante um bom rendimento no que resta da temporada, encontrar um espaço nos 23 de Lopetegui e Tite. No Sporting, Battaglia, mais provável, ou Alan Ruiz, menos provável, também podem merecer uma atenção especial de Sampaoli. No Benfica, há os casos de Svilar, Grimaldo, Krovinovic ou até Cervi, cujo rendimento dirá se serão opção nas suas seleções. Há ainda nomes nas restantes equipas que podem ser chamados às suas seleções, embora o fraco passado de internacionalizações deixe algumas dúvidas. São os casos de jogadores como Abedzadeh (Irão - Marítimo), Barreto (Colômbia – Rio Ave), Persson (Suécia – Belenenses), Ansell (Austrália – CD Tondela) ou Arango (Colômbia-Aves).

Haverá muita Liga Portuguesa no Mundial 2018, mas ainda há um longo caminho a percorrer para chegar ao nível das ligas francesa ou alemã.