Portugal
Este Rafa já resolve e salva Benfica de horas extraordinárias
2018-11-22 23:20:00
O extremo entrou para a segunda parte e fez o golo da vitória já nos descontos numa exibição cinzenta do Benfica

Um golo de Rafa já nos descontos valeu um triunfo muito sofrido ao Benfica frente ao Arouca e a consequente passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal. O extremo entrou para a segunda parte a render Krovinovic, uma das grandes novidades no onze de Rui Vitória que contemplou muitas mudanças, seis, no regresso ao 4x4x2, com Jonas e Seferovic a formarem a dupla de avançados. O extremo português continua a melhorar registos e assumiu protagonismo mesmo ao soar do gong resgatando Rui Vitória de ainda maiores críticas por parte da nação benfiquista caso o jogo fosse para prolongamento. Depois de duas temporadas em que era acusado de ser muito perdulário, esta época Rafa Silva está a acertar com as redes contrárias e é já um dos jogadores mais preponderantes deste Benfica.

Este foi um jogo em que mais uma vez o Benfica complicou. Foi superior ao Arouca na maior parte do tempo, mas complicou. No momento defensivo, o Benfica apresentou-se em 4x3x3 com Seferovic a fechar o corredor esquerdo e a sair para o momento atacante em 4x4x2 com o avançado suíço a juntar-se a Jonas e a libertar Grimaldo. Um meio-campo mais estável com Alfa Semedo (mais no momento defensivo) e Gabriel (mais na fase de construção) e com Krovinovic (direita) e Zivkovic (esquerda) nas alas mas a incidirem no jogo interior. Isto face a um Arouca que se fechou em 4x5x1.

O Benfica tentou marcar cedo, teve três remates de fora da área, sem nexo, nos quinze minutos iniciais mas empurrou a equipa arouquense para o seu último reduto que não conseguiu sair do seu meio-campo. A lição do Arouca era, no entanto, simples: aguentar ao máximo a investida encarnada e tentar explorar o adiantamento dos laterais do Benfica. Em resumo, o Benfica tinha muita bola, mas sentia dificuldades para entrar na área do Arouca. os remates saiam todos de meia-distância, sem nexo.

Na primeira vez que o Arouca chegou à área do Benfica, aos 19 minutos, marcou. Uma falha de Conti, que teve a oportunidade de cortar o lance, permitiu que Didi servisse Bukia que sozinho fez uma trivela de pé esquerdo que fez a bola entrar junto ao poste mais distante de Svilar. Até ao golo de Jonas, mesmo em cima do intervalo, o Benfica sentiu sempre grandes dificuldades para criar desequilibrios junto à área do Arouca, não encontrando soluções para desmontar a teia montada pela equipa de Quim Machado.

Quase em cima do intervalo, o Benfica chegou ao empate graças a à boa visão de Seferovic e ao sentido prático de Jonas que atitou para o fundo das redes. Um golo que caiu em boa altura e minimizou os estragos nesta primeira parte em que a equipa encarnada atacou muito, mas sempre mal. O Benfica teve 72 por cento de posse de bola nos primeiros 45 minutos.

Para a segunda parte, Rui Vitória retirou Krovinovic e lançou Rafa Silva com o objetivo de dar mais velocidade e verticalidade à equipa, e à procura de mais cruzamentos para a área. O Benfica assumiu mais um 4x2x4, começou a engatar nas tabelas em zona central e a criar perigo atrás de perigo, mas tirando um lance de Rafa, aos 59 minutos, a tentar fazer um chapéu a Rui Vieira, os lances de perigo eram mal finalizados.

Com a entrada de Pizzi para o lugar de Gabriel, e com o maior desgaste do Arouca a vir ao de cima, o Benfica ganhou ainda mais definição no passe e passou a ser dono e senhor do jogo, a que só faltava o golo. O Benfica dominava, dominava, mas o problema maior mantinha-se: a equipa encarnada não conseguia os necessários desequilíbrios para desmontar a teia defensiva do Arouca, que aqui e acolá começava a sair com perigo para a área dos encarnados. E após a substituição de Grimaldo (lesionado) por João Félizx, recuando Zivkovic para lateral esquerdo, foi o Arouca a criar duas situações de golo num minuto, por intermédio de Fábio Fortes, com Svilar a evitar o pior.

E quando já se pensava que iria haver prolongamento, surgiu o golo do Benfica, caído do céu. Jonas cabeceia para o segundo poste, a bola parecia que já estava perdida mas surgiu no sítio certo Rafa a desviar para o fundo da baliza. Letal. Rafa. Como dantes não se via.