Num texto intitulado “Fernando Gomes e o domínio do Benfica”, Mário Figueiredo, antigo presidente da Liga, considera “legítimo” achar que a nomeação de Cláudia Santos para o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) será “mais uma facada no FC Porto, com vista a perpetuar o domínio do Benfica”.

Depois de enquadrar o caminho do presidente Fernando Gomes “alegada e aparentemente, ao serviço do Benfica na Federação, a partir de 2013” – estabelecendo um paralelo entre os títulos conquistados pelos encarnados, nos últimos anos, e a liderança de Fernando Gomes, na Federação –, Mário Figueiredo conclui que “além de se ter que possuir uma equipa de futebol inscrita na Liga, há que controlar a arbitragem e a disciplina”.

“No seguimento das minhas publicações sobre a influência do Benfica na FPF e da inerente perda de poder do FC Porto com a nomeação da prof/deputada para o CD da FPF, há que enquadrar o caminho do Dr. Fernando Gomes, alegada e aparentemente, ao serviço do Benfica na FPF, a partir de 2013”, começa por escrever.

Sem querer entrar num “puro argumento conspirativo”, o antigo presidente da Liga propõe-se analisar “factos” e conclui que há uma perda de hegemonia do FC Porto e uma supremacia do Benfica desde que Fernando Gomes, antigo membro da administração dos dragões, deixou o clube (onde permaneceu entre 1994 e 2010) e se tornou presidente da Federação, depois de ter liderado a Liga.

Mário Figueiredo faz uma contabilização de títulos conquistados pelos dragões e águias em diferentes períodos, destacando a elevada percentagem de conquistas portistas antes da saída de Fernando Gomes.

“Na primeira época completa de Fernando Gomes à frente da Liga, o FC Porto foi campeão com alguma folga, mas na época 2012/13 o campeonato já foi ganho à tangente com um golo do Kelvin, no final do jogo que decidiu o campeonato. Nas seis épocas seguintes, verificamos que o Benfica conquistou cinco dos seis campeonatos realizados (...) o que nos leva a pensar sobre o que é que se terá passado em 2013 para terminar o domínio do FC Porto”, escreve.

Mário Figueiredo (que já tinha criticado fortemente a escolha de Cláudia Santos) lança uma pergunta, relacionada, precisamente, com a escolha de Fernando Gomes para o CD da FPF.

“Não será legítimo concluir, em face do exposto, que a nomeação da prof/deputada para o presidir à Disciplina na FPF é mais uma facada no FCP, com vista a perpetuar o domínio do SLB?”, questiona.

O antigo presidente da Liga destaca que Cláudia Santos “não só é benfiquista” como “mais grave, é antiportista, padecendo de um sentimento de inimizade para com o FC Porto, o seu presidente Pinto da Costa e o vice-presidente Adelino Caldeira, bem como para com o advogado que os representa no CD da FPF, Nuno Brandão”.

A terminar o texto, Mário Figueiredo fala de uma luta para tentar controlar a arbitragem e a disciplina, com ampla vantagem do Benfica.

“Nesta luta entre FC Porto e Benfica pelo domínio do futebol em Portugal, para além de se ter que possuir uma equipa de futebol inscrita na Liga, há que controlar a arbitragem e a disciplina. Já vimos pela primeira indicação da prof/deputada que o Benfica leva vantagem sobre o FC Porto. Não se trata de uma mera vantagem de um só golo, mas de uma verdadeira ‘abada’. Esperemos pelas cenas dos próximos capítulos para saber se Fernando Gomes também vai espetar a faca no FC Porto no domínio da arbitragem”, escreve, na conclusão de um texto controverso.

Recorde-se que Cláudia Santos vai encabeçar a lista da candidatura de Fernando Gomes para o CD da FPF, atualmente liderado por José Manuel Meirim.