Entre as duas equipas esteve um espelho. Ao olhar para o adversário o que cada equipa via era a sua própria imagem. Dispostas em 4x2x3x1, nas duas equipas encontrávamos mais semelhanças do que diferenças, até nas características individuais dos elementos que empreendiam nas manobras ofensivas de cada um dos conjuntos. No lado do CD Tondela, Pedro Nuno era o criativo que ia, entre linhas, tentando criar alguns desequilíbrios. No lado do Moreirense, nesse papel, esteve, Tozé, que acabou por ser peça fundamental ao marcar os dois golos que valeram a vitória à equipa de Moreira de Cónegos (2-1).
Sem grandes toques de genialidade, a verdade é que o jogo sempre se mostrou fácil ao olho. Tem sido, aliás, um hábito quando joga o CD Tondela. É agradável ver jogadores como Miguel Cardoso, Murilo Freitas e Pedro Nuno. Tratam bem a bola e e têm bem a noção de onde é a baliza. Na frente há Tomané. Sem ser um prodígio de técnica, o atacante formado no Vitória de Guimarães assenta que nem uma luva no modelo idealizado por Pepa. É exímio a proteger a bola para as entradas dos médios ofensivos.
Ora bem. Substitua agora Pedro Nuno por Tozé, Miguel Cardoso e Murilo por Bilel e Arsénio e Tomané por Edno e repita a leitura do parágrafo anterior.
É muito fácil encontrar semelhanças nas dinâmicas das duas equipas. Os aspetos que aproximam ambas os conjuntos são superiores aos que os separam Percebeu-se isso durante a partida e o equilíbrio foi notório, pese embora, aqui e ali, se tenha visto um Moreirense mais esclarecido na hora de manobrar ofensivamente. Arsénio esteve bem e denota um bom critério no último terço do terreno.
Os poucos adeptos que se deslocaram ao Estádio João Cardoso assistiram a um bom jogo. Com duas equipa viradas para o ataque e muito parecidas. Nota-se, no lado do Moreirense, uma grande evolução desde a chegada do técnico Sérgio Vieira.