Portugal
É para os "apanhados"! Sorria, está ali a câmara
2018-03-31 19:40:00
Quem diria, ao fim de 30 minutos de um jogo aborrecido e mal jogado, que o desfecho iria ser este. É brincadeira

Se nos tivessem dito, ao fim dos primeiros 30 minutos do Portimonense-Moreirense, que o jogo iria terminar com um 4-3, nós aconselharíamos a esse alguém que se internasse e que parasse de incomodar as pessoas com maluquices que não fazem sentido nenhum. É que não fazia sentido mesmo. Quer dizer, um jogo que até então esteve mais tempo parado do que jogado e onde a equipa que mais gosta de jogar - entenda-se, futebol apoiado, de pé para pé - estava com muitas dificuldades, nunca iria terminar com o score que esse lunático havia previsto. Era impossível. Mas calma amigos… é de futebol que estamos a falar. O jogo terminou mesmo com um 4-3 e não era para os apanhados.

Os primeiros minutos do encontro foram pautados por muitas interrupções. Muitas disputas a meio-campo e muitas perdas de bola, tanto de um lado como do outro. Ou seja, era tudo aos repelões. Ora chutas tu, ora chuto eu. E, quem por cá andou durante esta temporada vai perceber o que vamos dizer, a trapalhada servia mais ao Moreirense e menos ao Portimonense. É que os algarvios gostam de espaços, gostam de fazer andar a bola de pé para pé e não conseguiram, na primeira parte, nada que se assemelhasse a isso. Mérito do Moreirense, que reduziu os espaços e defendeu bem atrás. Percebeu o que tinha de ser feito para sair de Portimão com pontos.

E as coisas até estavam a correr às mil maravilhas para a equipa de Petit. Para além de conseguir amarrar as principais figuras do Portimonense - Nakajima, por exemplo -, o Moreirense aproveitou, da melhor forma, duas desatenções dos jogadores algarvios (que vão levar nas orelhas, já prometeu Vítor Oliveira) e como quem não queria a coisa foi para o intervalo a vencer por 2-0, fruto, sobretudo, da eficácia, quer defensiva como ofensiva. E melhor ficaram - as coisas - depois do intervalo. Estávamos ainda a preparar o reinício de jogo quando Tozé bisou e colocou o Moreirense a vencer por 3-0. Estava colocada uma pedra no jogo: três golos de diferença e o Portimonense não acertava dois passes seguidos.

Só que não. Vítor Oliveira mandou entrar Fede Varela e Wellington ao intervalo e deve ter dado uma ensaboadela, das antigas, aos jogadores, durante o intervalo. A equipa surgiu mais ligada ao jogo, a errar menos passes, mais agressiva na procura da bola e mais agressiva na procura de zonas de finalização. Mas só mesmo um maluquinho poderia acreditar que o Portimonense ia dar a volta àquele jogo. Por muita vontade que pudessem ter, por muita garra que pudessem demonstrar, do outro lado também estava uma equipa. Uma equipa interessada no jogo e muito mais interessada nos três pontos que estavam prestes a ser embarcados para Moreira de Cónegos.

Mas as coisas começaram a acontecer. A bola chegava a Nakajima com mais regularidade e o japonês esteve muito mais vezes em jogo na segunda parte. E quando Nakajima está mais tempo em jogo só pode ser bom sinal: o miúdo joga que se farta. Mas não foi só Nakajima que surgiu das profundezas de um jogo que parecia enterrado há muito. De lá também veio Pires.

O experiente avançado marcou. 3-1. Mas calma, 3-1… ainda faltam dois golos para empatar. Nem pensar nisso. Olha… falha de Jhonatan que Nakajima não perdou e permite o golo de Rúben Fernandes. 3-2… queres ver que ainda dá empate. Penálti. Manuel Mota assinala para a marca de pontapé de penálti depois de ver a Rafa Soares descalço. Pires...3-3. Que loucura. O empate já nos descontos, quem diria. Olha… outro penálti. Manuel Mota aponta novamente para a marca de onze metros. Pires… 4-3. Que loucura. Só pode ser para os apanhados.