Portugal
“É legítimo as pessoas interpretarem que Varandas sabia o que ia acontecer”
2019-12-13 18:35:00
Bruno de Carvalho faz “uma interpretação” do testemunho de Virgílio Abreu sobre o ataque em Alcochete

No comentário semanal na Rádio Estádio, nesta sexta-feira, Bruno de Carvalho colocou a hipótese de Frederico Varandas “saber o que se ia passar” no dia do ataque à academia de Alcochete.

“Vou dar a minha interpretação, que não passa disso, uma mera interpretação, dentro da liberdade que eu tenho de pensar e analisar o que é dito", começou por afirmar.

"E numa das interpretações claras que as pessoas podem fazer perante a audiência de Virgílio Abreu, é legítimo as pessoas interpretarem que Varandas sabia o que ia acontecer naquele dia. Todo este testemunho de Virgílio Abreu abre as portas a esta interpretação”, disse.

Em causa estão as declarações do médico. Bruno de Carvalho considerou que Virgílio Abreu parecia "uma testemunha abonatória" de Frederico Varandas, com considerações "surreais", "cínicas" e "hipócritas". 

Bruno defende que “noventa por cento das pessoas estão a receber apoio de advogado, antes”.

“Aquelas frases, bem metidas, para alimentar a comunicação social. Há frases muito parecidas. Parece que há um efeito de mimetismo”, diz.

Bruno de Carvalho considerou ainda que os testemunhos dos jogadores do Sporting, no julgamento, são contraditórios.

“Não faço a mínima ideia do que aconteceu nos balneários, mas vejo tanta contradição”, disse.

“Uns não viram agressões. Uns só viram agressões. Uns só ouviram ‘vergonha, é a última oportunidade, vamos ganhar no domingo’. Outros só ouviram ‘vamos matar-vos’. Uns viram o Jorge Jesus com a cara amassada no chão. Podence, por exemplo. Outros não viram nada em Jorge Jesus. Cintrão, ou eu, quando lá estive”, exemplificou.

“Uns viram elementos a agredir Jorge Jesus. Depois vêm outros e dizem que foi no hall de entrada, outros dizem que viram no corredor”, prosseguiu o ex-dirigente.

O depoimento de Bruno Fernandes também não merece a credibilidade do ex-dirigente.

“Bruno Fernandes primeiro diz que o Sporting lhe ofereceu segurança. Depois, ui, ui, ui, ui, ui, ui, ui, ‘não era isto que eu queria dizer’… Foi a Federação! Foi a Federação que me deu segurança’. Depois vem Podence e diz que foi o Sporting que deu segurança. Se se está a tentar apurar a verdade, isto é tão contraditório, tão descabido…”, aponta.

“Esta acusação envolve uma série de factos todos manipulados, todos desenquadrados, todos fantasiados”, salienta ainda Bruno de Carvalho, que teme que “possa haver uma vontade por parte do coletivo de juízes de fazer uma demonstração de que as leis existem e tudo o que se passou pode ser enquadrado e portanto vamos lá pegar nisto e tornar isto num exemplo para todos”.