Corria o ano de 2002 e o Benfica, terminada a temporada, não se mostrou interessado em exercer a cláusula de opção que tinha sobre Jankauskas, avançado lituano emprestado aos encarnados. O goleador custaria 4,3 milhões de euros aos cofres encarnados – valor que a Real Sociedad exigia –, caso aquela cláusula fosse acionada.
Em entrevista ao Mundo Deportivo, depois terminada a temporada 2001/02, Jankauskas conquistou os adeptos benfiquistas, com uma frase poderosa. “O Benfica é uma religião”, afirmou, já depois de deixar a Luz e com o futuro indefinido.
Enquanto Vale e Azevedo, então presidente do Benfica, acreditava que poderia manter o lituano por um preço menor, o FC Porto entra em cena. Pinto da Costa não perdeu tempo...
O resto da história é conhecido. O avançado assina pelos dragões e nas duas temporadas que vestiu de azul e branco sagra-se vencedor da Liga Europa e da Liga dos Campeões, com José Mourinho como treinador – e numa altura em que Ronaldo dava os primeiros passos rumo ao estrelato.
Dezassete anos depois, e em entrevista ao Tribuna Expresso, numa altura em que Portugal e Lituânia se defrontam me jogo de qualificação para o Euro2020, Jankaukas esclarece aquela frase, que classifica de “distorcida”.
“Eu disse que o Benfica era uma religião para os benfiquistas. E era assim, é assim e vai ser assim. Há crianças que nascem com a camisola do Benfica”, afirma, numa interessante entrevista, que pode ler aqui.
Jankauskas recorda Mourinho como um homem “humilde”. “Nunca sentimos que fosse arrogante (…), era um grande amigo”.
O lituano também partilhou o balneário com Sérgio Conceição e lembra a “excelente carreira em Itália” que o atual técnico do FC Porto construiu em Itália.
Conceição sempre foi “um jogador com muita paixão” e essa caraterística foi transportada para a carreira de treinador, defende o lituano.