José Mota foi anunciado como coordenador técnico do futebol sénior e de formação do CD Aves e não como treinador principal porque enquanto decorrer o diferendo laboral entre a SAD e Lito Vidigal, o clube avense não pode ter dois treinadores formalmente vinculados ao clube. Só quando a SAD rescindir com o técnico angolano é que poderá inscrever Mota como treinador principal. Entretanto, o técnico do CS Sfaxien, da Tunísia, tem vindo a orientar os trabalhos da equipa preparando-a para a deslocação a Braga, em jogo da 20ª jornada, a 30 de janeiro.

Este diferendo entre a SAD e Lito Vidigal levanta, no entanto, a questão legal se José Mota poderá estar no banco na partida com o SC Braga no próximo dia 30. José Pereira, presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), diz que Mota não pode usufruir do título de coordenador técnico para ir para o banco e defende que a transição terá de ser legal. "De ética, já nem falamos. Em termos regulamentares, se José Mota vai para o banco como coordenador não pode ir como treinador. E o clube tem de inscrever um treinador com nível 4", afirma ao Bancada José Pereira, lembrando que "só o treinador principal é que pode dar instruções no banco". Para José Pereira, a nomeação de José Mota como cooordenador técnico, enquanto decorre o diferendo laboral entre a SAD e Lito, é uma 'habilidade parola que não dignifica o futebol".

Para José Pereira, a situação é bem clara. "Ou o treinador [Lito Vidigal] demite-se alegando justa causa, ou é demitido com justa causa ou há um acordo entre as duas partes. O Aves pode despedir unilateralmente o Lito Vidigal, na certeza que assume as responsabilidades, o caso vai para tribunal, e aí José Mota já poderá estar no banco, até porque tem nível 4". "Quer a Federação, como a Liga e o próprio Instituto Português do Desporto e Juventude deveriam ser o garante dos regulamentos, mas infelizmente não têm sido, o que dá azo a que alguns parolos se julguem inteligentes", critica José Pereira.

Luiz Andrade, presidente da SAD do CD Aves, em entrevista ao diário "A Bola", revelou a razão pela qual Lito Vidigal foi suspenso. "O Lito Vidigal desrespeitou os regulamentos internos do clube e da SAD. Pedimos-lhe para que não fizesse determinadas coisas e ele não cumpriu (...) foi-lhe dito para reintegrar os jogadores Braga, Marco Pinto, Fariña, Pedró e Washington, que ele entendeu colocar à margem dos trabalhos. Não o fez e, assim, violou uma ordem superior". Dos cinco proscritos por Lito Vidigal, Braga e Fariña já foram reintegrados com José Mota, enquanto Washington foi transferido para o Panionios, da Grécia, e Pedró para o Vizela.