A claque Torcida Verde juntou-se a uma iniciativa mundial contra o regresso do futebol em contexto de pandemia e recordou a "intervenção profética" de um antigo presidente do Sporting, Dias da Cunha.

Uma afirmação proferida em 2005, numa altura em que a claque alertava para "a excessiva mercantilização do futebol" e o "esvaziamento do ecletismo" (nesse caso, no Sporting).

"Foi então que o presidente Dias da Cunha teve uma intervenção profética: 'Sócios é que vão decidir entre ecletismo ou negócio'", recordou a Torcida Verde.

Com os jogos à porta fechada (devido à pandemia) a recuperarem o problema do "futebol-negócio" como "um tema da maior actualidade", 15 anos depois da declaração de Dias de Cunha, esta claque leonina contestou o regresso da I Liga em Portugal.

"Como adeptos, não desejamos que a Liga seja retomada. Com adeptos ou sem adeptos. Uma vida humana não tem preço, tem valor incalculável", frisou a Torcida Verde.

O protesto foi realizado com a exibição das faixas 'Football + Covid = Business' e 'Football Murders', no âmbito da campanha internacional 'Stop football! No football without fans!', em Lisboa e na Cidade do Futebol.

De acordo com a claque, a I Liga só vai regressar porque "80 por cento das receitas dos clubes" derivam dos direitos de transmissão, estando os pagamentos suspensos devido à paragem do campeonato.

"O que esta terrível crise evidencia é, antes de tudo, uma irracional e suicida dependência das receitas televisivas", destacou a claque, apelando aos adeptos leoninos que assumam a "responsabilidade" de lutar pela "identidade" do Sporting, que deve primar (defendem) pelo ecletismo sem favorecer o 'desporto-rei'.

"Ontem, hoje e sempre na primeira linha do combate ao futebol-negócio", concluiu a Torcida Verde.