Portugal
Depressa e bem, e com cabeça, SC Braga vence dérbi minhoto
2017-09-17 22:55:00
Bracarenses construíram a vitória na primeira parte e depois souberam gerir a vantagem. Vitória SC jogou na reação

Depressa e bem, e com cabeça, o SC Braga venceu o Vitória de Guimarães em casa num dérbi do Minho intenso e ultrapassou o rival na classificação. Iniciativa com astúcia na primeira parte e anulação das transições ofensivas do Vitória SC no segundo tempo foi a fórmula encontrada por Abel Ferreira para o sucesso, frente a um adversário que foi rato nos primeiros quarenta e cinco minutos, jogando em bloco baixo e sempre na expetativa, e tentou ser gato depois do intervalo, subindo as linhas e procurando com frequência a profundidade. O problema do Vitória SC foi mesmo não ter conseguido criar oportunidade de golo para lutar por um melhor resultado. Já o SC Braga soube gerir a vantagem com organização defensiva e preenchendo sempre bem os espaços a meio-campo. Dois golos de cabeça, de Paulinho e Hassan fizeram o resto, lances em que a exploração das laterais surtiu efeito.

Abel Ferreira repetiu o onze de Hoffenheim só substituindo Dyego Sousa por Hassan - do outro lado, Pedro Martins também só fez uma alteração, Estupiñán jogou no lugar de Texeira. Dérbi é dérbi e os dois treinadores não fizeram gestão pós-Liga Europa. A entrada forte do SC Braga parecia um prolongamento do que bom tinha sido feito na Alemanha. A jogar em posse, com rápida circulação da bola a toda a largura do terreno, a equipa de Abel Ferreira dominou os acontecimentos.

A estratégia do Vitória de Guimarães, que se apresentou na Pedreira com as linhas muito recuadas, durou 23 minutos com o golo de Paulinho a dar vantagem justa ao SC Braga. Em desvantagem, a equipa vimaranense reagiu, subiu um pouco as linhas e procurou a profundidade. O golo do empate acabou por nascer numa saída rápida para o ataque com Hurtado em zona central do meio-campo a lançar Raphinha e este a finalizar. Já ao cair do pano, o SC Braga chegou ao golo por intermédio de Hassan num lance quase tirado a papel quimico do primeiro. O que a primeira parte mostrou foi duas equipas com estilos diferentes. O SC Braga mais em ataque organizado, com mais circulação de bola e exploração das zonas laterais. Do outro, um Vitória SC em bloco baixo, procurando o passe em profundidade. Os dois golos do SC Braga surgem, aliás, de cruzamentos para a área do Vitória SC [de Sequeira na esquerda, e de Esgaio na direita] para as boas finalizações de Paulinho e Hassan, dois "voos picados" em antecipação a Konan.

A segunda parte, mais equilibrada, foi marcada pelo jogo estratégico entre Abel Ferreira e Pedro Martins. O técnico vimaranense lançou Heldon para o lugar de Rincón e a ideia estava bem vincada nessa troca: apostar tudo na profundidade. Do outro lado, o SC Braga trazia a lição bem estudada que passava por gerir a vantagem, num ritmo de jogo mais baixo e as linhas mais juntas. A equipa bracarense já não estava tão perigosa no processo ofensivo, porque mais preocupada na gestão do resultado. A partida era muito jogada a meio-campo e oportunidades de golo nem vê-las. As mexidas dos dois treinadores também contribuiram para tal estado de coisas, com a entrada de Kiko no Vitória SC - para dar projeção ao corrredor central - e Fransérgio no SC Braga para dar mais consistência ao "miolo" bracarense.

Para os últimos dez minutos, Pedro Martins jogou o tudo ou nada para tentar, pelo menos, o empate terminando o jogo com uma defesa a três e dois avançados, Estupiñán e Rafael Martins. Abel Ferreira retirou os dois avançados do campo (Hassan e Paulinho) lançando Fransérgio e Xadas, equilibrando o meio-campo e não perdendo de vista o ataque. Venceu a estratégia de Abel, que primeiro soube construir, depois gerir. Pedro Martins começou na expetativa e só depois reagiu.