Portugal
Definhou o Estoril com o bálsamo do Moreirense
2017-09-10 23:15:00
O Moreirense marcou na primeira vez que chegou perto da baliza do Estoril e libertou-se de 35 minutos de vassalagem

“Marcámos o golo quando o Estoril estava por cima em todos os fatores do jogo”, foi desta forma que Manuel Machado, treinador do Moreirense explicou o que aconteceu nos primeiros 35 minutos de jogo, altura em que os seus jogadores se abeiraram, pela primeira vez, da baliza adversária e logo com um golo. O golo serviu de bálsamo a uma equipa do Moreirense que estava subjugada às intenções de um Estoril-Praia que entrou para atacar, mas que definhou depois do golo sofrido e não foi capaz de, com clarividência, responder à desvantagem.

O Estoril-Praia entrou em campo de forma autoritária e conseguiu passar grande parte do tempo dentro meio-campo do Moreirense, como, aliás admitiu Manuel Machado ao reconhecer que “o Estoril estava por cima em todos os aspetos do jogo” e como Pedro Emanuel esperava, como confirmou no final da partida revelando que sabia das intenções do Moreirense em “jogar com o bloco baixo”. Era por esta altura Abner, o lateral-esquerdo canarinho, a figura em maior evidência na partida, ora com chegadas à linha de fundo para cruzamentos, ora com remates de longa distância.

A equipa do Moreirense apresentava algumas dificuldades por esta altura e eram raras as vezes que chegava ao meio-campo contrário com a bola controlada. O Estoril, mesmo que sem grande critério, ia conseguindo levar o jogo para zonas de ataque, sempre com Abner do lado esquerdo e de quando em vez, Fernando Fonseca do lado direito a tentarem, com cruzamentos, municiar Jormán e Kléber, que esteve uns furos abaixo daquilo já nos habituou. Assim foi até ao minuto 34, o momento balsâmico para os comandados de Manuel Machado que respiraram de alívio, por breves instantes, enquanto Rafael Costa se preparava para bater o pontapé de canto que viria a mudar a história deste jogo.

Uma falha de marcação permitiu ao defesa central, Abarhoun surgir solto dentro da área estorilista e cabecear perante um desamparado Moreira e colocar o Moreirense, surpreendentemente, em vantagem. Bálsamo para o Moreirense e um rude golpe para a equipa do Estoril, não só porque definhou perante tal “injustiça” como viu o adversário soltar-se das amarras psicológicas em que viveu até aquele pontapé de canto.

Os níveis de confiança eram por alturas do início da segunda parte grandezas inversamente proporcionais. Desciam nos jogadores orientado por Pedro Emanuel à medida que viam os forasteiros cada vez mais confiantes e capazes de saírem para o ataque como nunca o tinham feito durante toda a primeira parte. A clarividência, essa, era escassa nas jogadas que se desenhavam no ataque do Estoril-Praia e tinha Pedro Emanuel acabado de fazer entrar Bruno Gomes (avançado) para o lugar de Abner (lateral) numa clara alteração de risco quando Zizo, entrado ao intervalo, dobrou a vantagem moreirense e feria de morte a equipa da Linha.

Até ao fim da partida fomos assistindo a um desfilar de jogadas condenadas ao fracasso dada era a descrença que se havia apoderado do conjunto estorilista. Como, aliás, explicou Pedro Emanuel aos microfones da Sporttv no final da partida onde admitiu ter faltado “clarividência, acutilância e melhor definição em alguns momentos."

João Capela foi o árbitro da partida e esteve geralmente bem. É positivo o facto de pouco ou nada haver para dizer sobre a prestação da equipa de arbitragem.