Portugal
Cinismo do Marítimo quebra barreira psicológica
2017-11-05 19:10:00
Equipa da Madeira alcançou segunda vitória fora dois meses depois mas sofreu forte reação do Feirense que arriscou tudo

Um golo de Ricardo Valente ao cair do pano da primeira parte, na sequência de um lançamento lateral, garantiu a segunda vitória fora do Marítimo neste campeonato na deslocação a casa do Feirense, o que aconteceu pela primeira vez no historial do confronto entre as duas equipas. A formação insular sofreu forte reação da equipa de Nuno Manta Santos, em toda a segunda parte, mas soube ser cínica e calculista o suficiente para controlar o assalto do Feirense à baliza de Charles. A inconsistência revelada pelo Marítimo nos jogos fora do Funchal, onde contava  até este domingo com três derrotas em quatro jogos, foi derrotada por um golo feliz mas que acaba por premiar a equipa que revelou um estado emocional mais equilibrado. A barreira psicológica dos jogos fora que pairava sobre os madeirenses foi quebrada.

O treinador do Feirense Nuno Manta chegou a colocar em campo dois pontas de lança em simultâneo, João Silva e Valencia, e nos instantes finais até o defesa central Flávio Ramos foi lá à frente dar uma ajuda, mas sem efeitos práticos face ao desacerto da equipa na finalização e na forma concentrada como a defesa do Marítimo ia resolvendo os problemas. A segunda parte da equipa de Santa Maria da Feira foi de intenso domínio, empurrando o Marítimo para o seu último reduto, mas faltou sempre frieza na hora de rematar à baliza de Charles. O caudal ofensivo dos fogaceiros esbararava não só na muralha defensiva do Marítimo como na tarde desinspirada dos avançados da equipa da casa.

O Marítimo foi feliz em chegar ao golo, mesmo a fechar a primeira parte. Num lançamento lateral de Bebeto, Briseño afastou a bola de cabeça que sobrou para Ricardo Valente que, no interior da área, rematou forte de pé esquerdo com êxito. Antes disso, no entanto, já o Marítimo estivera muito perto de marcar, por duas vezes, sempre em lances de bola parada, por Edgar Costa e Rodrigo Pinho. O Feirense entrou com tudo na segunda parte à procura do empate. E Nuno Manta fez o que lhe competia, arriscando. Tirou o médio Tiago Silva e lançou Valência para se juntar a João Silva no eixo do ataque dos fogaceiros. A partir daí, o Marítimo foi apenas uma equipa preocupada em defender abicando de sair para o contra-ataque. O problema é que o Marítimo sente-se confortável nestas situações, uma das suas características principais, e aceitou a ordem das coisas. Juntou-se cá trás, sempre organizado e nunca perdendo a concentração nos lances mais perigosos. E levou a água ao seu moinho, arrecadando três pontos que o colocam, à condição, no quarto lugar do campeonato. O Feirense teve uma boa reação, fez o que lhe competia, e só tem de queixar-se da falta de frieza na finalização.