Em entrevista ao jornal A Bola, publicada este domingo, Rúben Semedo recorda os cinco meses em que esteve detido em Espanha, na sequência de uma acusão de agressão e sequestro. O antigo defesa do Sporting reconhece que chorou muitas noites e que chegou a pensar que nunca mais jogaria futebol. 

"Sim, chorei muitas noites (na prisão) Nunca chorei à frente de ninguém, mas muitas noites deitava-me, não conseguia dormir e só pensava nos meus filhos, no sofrimento da minha família. Faz-te pensar se realmente vale a pena abdicares de passar tempo com a tua família para passar tempo com pessoas que não querem o teu bem e seguir caminhos que não te vão levar a lado algum. Sofri muito e sim, muitas noites passei-as a chorar", admite. 

"[Achou que não voltaria a jogar?] Claro. Não no início, porque ouvi o conselho dos advogados e pensei que em uma ou duas semanas estava tudo resolvido, mas depois do segundo mês comecei a aperceber-me de onde estava e percebi que estava em risco de nunca mais jogar futebol", acrescenta o defesa. 

Num curto espaço de tempo em Espanha, Rúben Semedo teve três casos de justiça e admite que devia ter tido mais "acompanhamento".

"Devia reconhecer que não podia estar sozinho com tanto poder financeiro, devia ter percebido os amigos que tinha por perto, que não eram meus amigos. Rodeei-me de pessoas que não queriam o melhor para mim, em ambientes que não eram para um profissional, como as discotecas. Foi o meu grande erro", admite.