Em extenso artigo de opinião no jornal Record, o ex-vice-presidente do Sporting, Carlos Vieira revela ideia “muito pragmática” para o “novo ciclo” do clube leonino.

Apelidando o plano de 'Sporting 3.0', Carlos Vieira mostra-se apto para criar um conjunto de ideias que, segundo o próprio, são “essenciais para o clube”.

Antes de explicar as ideias-mestras do plano, o antigo dirigente destaca que os critérios democráticos nunca poderão ser postos de parte.

“É, quanto a mim, uma riqueza que não pode ser posta de parte, seja para facilitar assembleias gerais que se querem mais ‘pacíficas’, seja para retirar o poder democrático na gestão do clube”, explicou.

Em relação ao “Sporting 3.0”, Carlos Vieira divide a sua ideia em três pilares fundamentais: desportivo, institucional e patrimonial, estabelecendo, desde já, um ponto prévio.

“Não há sucesso financeiro ou patrimonial sem sucesso desportivo. É essa é a realidade que impele os milhões de adeptos”, indicou.

Começando pelo pilar desportivo, Carlos Vieira refere que é necessária uma aposta mais forte na formação do Sporting, tanto no desenvolvimento dos atletas, bem como na prospeção e desenvolvimento tecnológico em Alcochete.

Ao mesmo tempo, o ex-vice-presidente ressalva que esses gastos não entram nos cálculos do fair-play financeiro da UEFA, acrescentando que o investimento na formação só é válido se a direção do Sporting não ver os jogadores apenas como lucro.

“Qualquer investimento na formação só é válido se, antes de mais, tiver como objetivo a retenção de talento e não apenas com a realização de lucros com vendas antes do tempo”, salientou.

Quando ao pilar institucional, Carlos Vieira indica que é necessário agregar a plêiade dos adeptos que se identificam com o clube e sugere a mudança nos processos eleitorais no Sporting.

“Sou defensor de um modelo que insira a limitação para os cargos de presidente dos três órgãos do clube. E que o diferencial de votos para com os sócios mais antigos se esbata cada vez mais”, comentou.

Sobre o pilar patrimonial, Carlos Vieira defende a manutenção do controlo da SAD por parte do clube, transferindo para este as ações da Sporting SAD, na posse da Sporting SGPS.

Para além disso, o antigo dirigente aponta que os leões devem aproveitar o direito de preferência perpétuo sobre todos os imóveis que constituíram o projeto Alvalade XXI para adquirir os imóveis que fizeram parte do mesmo.

“Criar rendimentos para dar sustentabilidade às modalidades do clube e a outras atividades de responsabilidade social”, afirmou.

Por fim, o ex-vice-presidente da direção de Bruno de Carvalho deixa uma mensagem ao universo leonino, esperando que as suas ideias sejam discutidas pelos adeptos do Sporting. 

"Aproveite-se o bom e construa-se uma base cada vez mais sólida para que o Sporting porfie por muitos e bons séculos", completa Carlos Vieira.