Carlos Pereira não concorda com os recentes castigos que o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) têm aplicado aos clubes. Para o presidente do Marítimo, "a culpa não é dos clubes, mas da justiça". Recentemente, recorde-se, o Marítimo foi multado devido ao comportamento de um adepto na partida contra o GD Chaves.

"A culpa não é das pessoas, nem dos clubes, mas da justiça e de quem superintende, ou seja, objetivamente do IPDJ. Que, em vez de punir o infrator, pune os donos das casas frequentadas por esses mesmos infratores. Hoje em dia, com as câmaras de video-vigilância dos estádios, era perfeitamente possível retirar do espetáculo o incendiário. Se não começarmos pela causa específica, penalizando o infrator, nunca mais chegaremos a lado nenhum. A não ser que o IPDJ, a Liga ou a FPF estejam mais interessados em multas que propriamente no espetáculo desportivo", disse o presidente dos madeirenses em declarações reproduzidas pelo 'Record', continuando.

"Um estádio não é um velório, nem uma missa, mas sim uma festa para todos, devidamente controlada pela segurança. São os clubes, de forma direta, e não a Liga ou qualquer outra entidade, que têm de intervir junto do Secretário de Estado do Desporto para propor alterações a determinadas regras, que não beneficiam em nada o espetáculo. Os incendiários estão referenciados e é fácil impedir que entrem num estádio", acrescentou.

Já sobre Frederico Varandas, novo presidente do Sporting, clube contra quem o Marítimo vai jogar este domingo para a Taça da Liga, Carlos Pereira não poupou os elogios. "Conheço-o há algum tempo. Provavelmente, diria que a paz voltou ao Sporting. É uma pessoa completamente diferente, de consensos, que com toda a certeza se integrará na gestão do futebol, no qual vale muito o relacionamento e o ter ideias em prol de uma causa coletiva e não individual. Vai encontrar um mundo completamente diferente da medicina ou do balneário que frequentou de perto. A nível da mentalidade, da exigência, de saber resolver assuntos burocráticos e também financeiros. Mas rodeou-se de pessoas válidas para conseguir fazer um bom trabalho", garantiu.