Antigo jogador das águias, Carlos Manuel conversou durante várias horas no 'Benfica de Quarentena' no 'Youtube' e foi aí que destacou o papel que os adeptos encarnados desempenham na força que emprestam à equipa e, ao mesmo tempo, na ajuda que prestam aos adversários ao nível da receita de bilheteira.

"O Benfica é o clube do povo, disso não há dúvida nenhuma", assegurou Carlos Manuel, certo de que "o Benfica em Portugal marca a diferença".

"É o que tem mais adeptos, onde mais gente vai. Mas se não tiver a ganhar também não vai. Ah pois é", deixou claro, ainda assim, certo de que os clubes por onde passam as águias acabam por lucrar com a 'onda' encarnada.

"O Benfica nesse aspeto é o que eu digo, não há hipótese. A maior parte dos clubes naquela altura sobreviviam com dinheirinho dos jogos do Benfica. A gente ia a qualquer lado, e eu joguei em mais clubes cá, é uma diferença enorme. O Benfica enchia os campos todos".

O antigo jogador internacional português está certo de que o domínio benfiquista é geral.

"Mesmo em Leiria, onde é muito Sporting, o campo enchia com o Benfica. Ou do Belenenses que só me lembro de ver cheio com o Benfica. Mas isso é no sul, no centro, no norte não tenho a menor dúvida nenhuma", salientou, deixando uma palavra para os adeptos do norte, nos quais nota um apego diferente ao clube.

"O norte tem esse lado em que se chegam mais", considera, falando depois da "mística" benfiquista.

"Ninguém sabe explicar o que é. Mas eu digo. É só ir ao dicionário. A mística, para mim, é mesmo o que traduz o dicionário. É uma atitude coletiva afetivamente assente na devoção ao clube. Foi sempre o que encarei nos anos em que estive no clube".

Na conversa, Carlos Manuel, que chegou a treinar o Sporting, deixou também uma palavra para o emblema leonino.

"É um clube que já deu muito ao futebol português também, vai dar e vai dando como o Benfica e o FC Porto".