O campeonato nacional de sub-23 vai mesmo avançar e até pode arrancar na próxima época. A Federação Portuguesa de Futebol mostra-se preocupada face ao crescente desaproveitamento dos jovens entre os 19 e os 23 anos e, neste sentido, decidiu criar uma nova competição para que os jogadores com idade júnior possam prosseguir a carreira.

A intenção do organismo presidido por Fernando Gomes passa pela criação de duas divisões no sentido de permitir o acesso a todos os clubes que pretendam inscrever uma equipa. O objetivo deste projeto é proporcionar aos atletas uma transição entre os juniores e os seniores, algo que a equipas B não têm conseguido fazer por falta de espaço competitivo. De resto, os dados avançados pelo Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol relativos à época 2016/2017 constatam que a percentagem de utilização de futebolistas portugueses na Segunda Liga está a decrescer.

Esta nova prova terá como base a Premier Legue 2, o campeonato sub-23 inglês. A competição, composta por duas divisões, foi criada em 2012/2013 com o objetivo de aproximar os jovens futebolistas do nível competitivo da Premier League. As regras deste campeonato estabelecem que o limite de idade dos jogadores é de 23 anos, sendo que cada equipa pode utilizar um guarda-redes e até três jogadores de campo com idade superior a este limite.

As bases da nova competição foram estabelecidas esta quinta-feira após uma reunião ocorrida na Cidade do Futebol. A Federação Portuguesa de Futebol pretende uma prova aberta a todos os clubes do escalão maior português. Os modelos e regulamentos a adotar terão de ficar definidos até ao dia 30 de abril, para que ao campeonato de sub-23 possa mesmo avançar já na próxima temporada. 

As equipas serão divididas em dois escalões, que poderão ter de 12 a 14 clubes participantes, sendo que as seis primeiras rumarão a uma fase final para apuramento do campeão, enquanto as restantes lutarão, então, pela permanência. Na segunda divisão, a novidade passa pelo facto de não haver despromoções, em contraponto com as subidas. Haverá ainda uma Taça de Portugal, numa estrutura similar à utilizada na competição sénior. A criação deste novo campeonato não deverá ter qualquer influência no espaço ocupado pelas equipas B, que continuarão integradas na segunda liga. Em questão não está o fim das equipas secundárias, mas sim um complemento. Ou seja, outra capacidade de os clubes distribuírem os seus jovens e de os poderem acompanhar de perto e potenciar de outra forma.

O modelo adotado, o campeonato de sub-23 tem funcionado bem em Inglaterra e tem dado frutos, sendo a recente conquista do campeonato do mundo de sub-20 um exemplo e uma consequência disso mesmo.

A nova competição de sub-23 servirá igualmente de rampa de lançamento para jovens árbitros. Na fase de apuramento do campeão, havaré também vídeo-árbitro, no sentido de criar uma especialização nesta função.