Portugal
Benfica 'virou' dois campeonatos nas últimas 10 rondas neste século
2020-06-01 09:40:00
Águias viraram campeonatos em 2004/05 e 2015/16

O Benfica foi o único clube que, no século XXI, conseguiu chegar ao título de campeão nacional de futebol não partindo na frente a 10 jornadas do final, o que aconteceu em 2004/05 e 2015/16.

Em 2004/05, as ‘águias’ tinham os mesmos 45 pontos dos ‘dragões’, mas desvantagem no confronto direto, para acabarem três à maior, e, em 2015/16, partiram a um ponto dos ‘leões’ (58 contra 59) e chegaram dois à frente (88 contra 86).

Nas restantes 17 edições, desde 2000/01, a equipa que liderava com 10 rondas por disputar chegou sempre ao título, sendo que, em 2011/12 e 2012/13, o FC Porto também comandava em igualdade pontual com o Benfica.

Em relação aos campeonatos a 18 equipas (2000/01 a 2005/06 e desde 2014/15), o ‘onze’ de Rui Vitória foi o único a conseguir a ‘reviravolta’ a uma situação de desvantagem pontual após 24 jornadas, então em relação ao Sporting, de Jorge Jesus.

A primeira época de Jesus em Alvalade começou com um triunfo por 1-0 sobre os ‘encarnados’ na Supertaça e prosseguiu, à oitava ronda da I Liga, com um ‘estrondoso’ 3-0 na Luz, que, então, deixou as ‘águias’, com um jogo em atraso – viriam a empatar a zero no reduto do União da Madeira -, em oitavo, a oito pontos dos ‘leões’.

Os ‘encarnados’ conseguiram, entretanto, recompor-se e, após 24 jornadas, seguiam a um escasso ponto do Sporting, que ultrapassariam na 25.ª, ao vencerem precisamente em Alvalade por 1-0, graças a um tento do avançado grego Mitroglou.

A formação de Rui Vitória, que anteriormente tinha perdido uma terceira vez com o Sporting, sendo afastada da Taça em Alvalade no prolongamento (2-1), ficou com dois pontos à maior, diferença que se manteve até final.

Para chegar ao cetro, então o ‘tri’, o Benfica teve de vencer os derradeiros nove jogos, cinco deles pela diferença mínima, com destaque para o 1-0 no Bessa, com um tento de Jonas, aos 90+3 minutos, o 2-1 em Coimbra e o 1-0 em Vila do Conde, onde resolveu o mexicano Raul Jiménez, aos 85 e 73, respetivamente.

Na penúltima ronda, os ‘encarnados’ também enfrentaram uma situação limite, com o Marítimo, na Madeira, face à expulsão de Renato Sanches, aos 37 minutos, com 0-0. Valeram os tentos de Mitroglou, aos 48, e Talisca, de livre direto, aos 83.

Em 2004/05, o Benfica também ‘virou’ a classificação, mas partindo de uma situação de igualdade pontual em relação ao FC Porto, que, à 24.ª ronda, liderava graças à vantagem no confronto direto (1-0 na Luz, com um golo de McCarthy, e 1-1 no Dragão).

Num campeonato atípico, em que perdeu 37 pontos (oito empates e sete derrotas), o Benfica, de Giovanni Trapattoni, fugiu nas duas jornadas seguintes, com dois triunfos por 2-0, com Gil Vicente (25.ª) e em Setúbal (26.ª), e dois desaires do FC Porto.

O título parecia ‘escancarado’, com o Benfica seis pontos à maior em relação a Sporting de Braga, Sporting, FC Porto e Boavista, mas os ‘encarnados’ não aproveitaram o embalo e, à 32.ª ronda, perderam em Penafiel a liderança para o Sporting.

As ‘águias’ ainda foram, porém, a tempo de chegar ao título, graças a Luisão, que, aos 83 minutos do dérbi da ronda 33, bateu Ricardo de cabeça, após livre de Petit, e permitiu ao Benfica saltar para a frente e afastar do título a equipa de José Peseiro.

A formação da Luz ficou a um ponto do título, que consumou na última ronda, com um empate 1-1 no Bessa, num dia em que o FC Porto não fez melhor na receção à Académica (1-1).

Em 2019/20, e após 24 jornadas, os ‘dragões’, que já contaram menos sete pontos, lideram com mais um ponto do que as ‘águias’ e são os únicos que só dependem de si próprios, pois já disputaram e venceram os dois jogos com o Benfica (2-0 na Luz e 3-2 no Dragão).

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