Portugal
“Benfica pujante? Não é o dinheiro que ganha, no campo”, diz Guilherme Aguiar
2019-11-19 12:20:00
Antigo dirigente do FC Porto desdramatiza antecipação de receitas por parte da SAD azul e branca

O antigo dirigente do FC Porto, Guilherme Aguiar, não se surpreende com a medida anunciada ontem pela SAD, que num comunicado enviado à CMVM dá conta da antecipação de 50 milhões de euros, envolvendo a cedência de receitas futuras de direitos televisivos.

“Não há milagres, como se costuma dizer. O dinheiro não cai do céu. E por isso este adiantamento de receita era mais do que previsível, sobretudo após o não apuramento para a atual edição da Liga dos Campeões”, realça o antigo dirigente, em declarações à rádio Estádio.

Sem os milhões da Champions, que a SAD previa encaixar quando planeou a época, é normal que avance com uma medida deste género.

“A solução teria de ser parecida com esta. Esse não apuramento constituiu um sério revés e não há outra hipótese. O FC Porto tem de antecipar verbas, sabendo que nas próximas épocas poderá equilibrar com outras receitas”, salientou ainda.

Guilherme Aguiar manifesta-se pouco preocupado com os sinais que a SAD transmite, em contraponto com a pujança financeira que o Benfica, principal rival, apresenta.

“O Benfica vive alguma euforia financeira, quer pelas transferências de jogadores, quer pela entrada na Champions. Mas não é o dinheiro que ganha, no campo”, salientou.

“Só por si, o dinheiro não garante resultados desportivos. O FC Porto conquistou alguns dos seus maiores títulos europeus em épocas de grandes dificuldades. Fui testemunha de alguns”, acrescenta Guilherme Aguiar.

Estar sob alçada da UEFA é “uma situação de grande pressão”. “A possibilidade de errar é mais pequena. É preciso arranjar alternativas. Uma delas é olhar a formação.