O ex-vice-presidente do Benfica Rui Gomes da Silva voltou a assinar um artigo muito crítico para com a liderança de Luís Filipe Vieira, vaticinando a despedida do Benfica dos grandes palcos europeus.

Será, segundo o ex-dirigente, uma consequência do projeto da atual direção, que "deixa todos os dias o Benfica a pensar cada vez mais pequeno". 

"O Benfica não desaparecerá, mas - tal como o Celtic, o Steua, o Estrela Vermelha, o Aston Villa, o Nottingham Forest, o Hamburgo - deixará de contar para a Europa. Iremos ao Marquês, algumas vezes, até deixarmos de ir!", escreve.

"Luís Filipe Vieira (se tirarmos a ideia tão grandiosa quanto louca que lhe impingiram de o Benfica comprar um clube inglês) deixa todos os dias o Benfica a pensar cada vez mais pequeno! O que é contra a História do Benfica, uma História que, embora não conheça, todos os dias faz por reescrever! E como li numa mensagem que recebi nesta semana ‘foi a pensar grande que o Benfica se fez grande’”, defende Rui Gomes da Silva.

Apesar de reconhecer que Vieira “foi importante na resolução de muitos problemas que o Benfica tinha”, o agora ex-vice-presidente entende que o líder encarnado tem “limitações”, que “tenta disfarçar, como ninguém, na arrogância, na infalibilidade e na omnisciência em relação a tudo sobre que possa opinar”.

Essas limitações, segundo Rui Gomes da Silva, conduziram a direção a “parcerias estratégicas que não são boas para o Benfica”.

Numa aparente alusão aos negócios entre o clube e o empresário Jorge Mendes, o antigo dirigente considera que Vieira e os seus pares se “contentam com vitórias em Portugal” e usam a Liga dos Campeões como “montra de produtos para essa parceria”.

E essa estratégia, de acordo com a posição de Rui Gomes da Silva, destrói um projeto europeu ambicioso por que os adeptos anseiam.

Rui Gomes da Silva cita Einstein – “Loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual” – para criticar Vieira.

E cita também a recente declaração do presidente encarnado, que se manifestou “triste, para não dizer envergonhado”, após a derrota com o Zenit, mas com a convicção de que o Benfica está “no caminho certo”.

“Ou para o que aqui interessa, ‘estamos envergonhados [pelas 12 derrotas nos últimos 15 jogos na Liga dos Campeões] mas estamos no caminho certo’! Estão a perceber, não estão?”, conclui.