O Benfica e o Desportivo das Aves mantêm acordos "à margem da lei", sendo por isso "secretos", que deixam o clube minhoto numa "relação de subalternidade" face aos encarnados, avançou hoje o jornal Público.
Apontando aos "negócios duvidosos e contratos com adendas leoninas" entre os dois clubes, o mesmo diário refere que numa conta corrente o Desportivo das Aves chegou a dever dois milhões de euros ao Benfica.
"Contratos de transferência de jogadores, vantajosos para os encarnados, foram acordados à margem da lei. Juristas falam em empréstimos de futebolistas camuflados", sustentou o Público.
O jornal citou o caso de Hamdou Elhouni, cujo passe foi vendido na totalidade pelo Desportivo das Aves (ao Esperance Tunis) quando só teria 30 por cento, cabendo os restantes 70 por cento dos direitos económicos ao Benfica.
A situação de Luquinhas também foi investigada pelo mesmo diário. O atleta foi comprado pelo Benfica ao Vilafranquense e, um mês depois, foi cedido ao Desportivo das Aves, com as águias a manterem 50 por cento dos direitos económicos de uma futura transferência.
No entanto, refere o Público, o contrato previa que o Desportivo das Aves tivesse de pagar cinco milhões de euros (para além dos 50 por cento do passe) caso Luquinhas fosse vendido ao FC Porto ou ao Sporting.
O Benfica podia ainda recomprar Luquinhas por 100 mil euros, com o jogador a manter o salário que auferia no clube minhoto.
Contratos semelhantes envolveram jogadores como Carlos Ponck, Hamdou, Derley e Ricardo Mangas, sustentou ainda o jornal.
Essa "relação de dependência" acentuou-se desde que a chinesa Galaxy Believers adquiriu 90 por cento do capital da SAD avense, complementou o Público.