Portugal
Benedito: "Nenhum clube ou atleta vai levar vantagem em relação ao Sporting"
2018-09-03 11:35:00
João Benedito defendeu que os interesses do clube, consigo, estarão acima de qualquer outra coisa.

João Benedito, antigo capitão do futsal do Sporting e candidato à presidência do clube de Alvalade nas eleições marcadas para o próximo dia oito de setembro afirmou que, consigo, os interesses do clube estarão acima de qualquer outra coisa e que nenhum clube ou jogador se irá aproveitar do Sporting nos processos de rescisão que assolaram o clube recentemente: "É lógico que me preocupa e gostava que não tivesse acontecido. As pessoas terão as suas razões, mas cabe-me olhar para o problema de uma forma defensora - única e exclusivamente - do que são os direitos do Sporting. Nenhum clube ou atleta vai conseguir levar vantagem em relação ao Sporting por aproveitamento desta situação", garantiu em entrevista à Lusa.

Sobre se o Sporting pode reatar as relações institucionais com o Benfica consigo na presidência? "Há situações que têm de ser respondidas e há informações que têm de ser dadas aos sócios do Sporting. Quando chegarmos, iremos pegar nos processos e queremos ser institucionais com todos aqueles que são os parceiros no negócio do futebol. É aqui que nos queremos focar, mas há situações que não podem ser esquecidas e há respostas que têm de ser dadas".

João Benedito admite defender a centralização dos direitos televisivos, mas apenas se o Sporting garantir o mesmo montante que ficou definido aquando da assinatura do atual contrato com a operadora NOS: "A minha posição em relação a este tema é: primeiro, defender os interesses do Sporting, e, segundo, poder congregar esses interesses do Sporting com aquilo que são os interesses do mercado e do negócio do futebol. A minha preocupação – e foi demonstrada – foi garantir que havendo essa centralização o Sporting, pelo menos, consegue garantir aquilo que já garantiu com o contrato de patrocínio que foi assinado".

“Estamos afastados da Liga dos Campeões. Por consequência, estamos com receitas inferiores aos nossos rivais. Se nos for reduzida a vertente dos direitos televisivos, vamos ficar ainda mais fragilizados. Sou de acordo que possa haver essa centralização, mas que o Sporting receba, pelo menos, aquilo que são os valores que já tem orçamentados”, acrescentou.

João Benedito rejeitou ainda que a atual situação financeira do Sporting seja calamitosa, mas não recusou que o seu plano financeiro passa por um recurso à banca: “O Sporting, juntamente com as vendas que fez de William e Piccini, precisará em novembro de mais 60 milhões de euros (ME) para cumprir com o empréstimo obrigacionista anterior e mais 30 ME para questões de tesouraria. Até final do ano, com estes 85 ME, a situação está regularizada. Daqui para a frente iremos avaliar o que mais é necessário. Em termos de estratégia, iremos aos mercados para arranjar investidores”, explicou.

João Benedito explicou ainda como deverá funcionar a organização da estrutura do Sporting com a inclusão de um CEO: “Queremos alguém que seja transversal ao clube e à SAD para conhecer e ter a análise das áreas não desportivas. Queremos que seja alguém que possa gerir esta parte do clube, mas aplicando aquilo que nós definimos. Reporta sempre a mim e à Comissão Executiva, nós é que definiremos a estratégia. Há um pensamento estratégico isolado e não congregador destas duas áreas. É aqui que reside a estratégia de intervenção, porque aquilo que é a independência de um clube é suportado pelos resultados desportivos. Tem de ser o pensamento desportivo a definir a estratégia".

“O futebol do Sporting tem de ser integrado naquilo que é a cultura de vitória do clube. Reparámos que desde que houve a separação entre o clube e a SAD começámos a ver um clube separado, dividido entre as partes. E de que lado ficou a cultura de vitória? Do lado das modalidades. Infelizmente, temos de assumir isto”, concluiu.